quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

É Poesia


É poesia...
O despertar duma noite maldormida povoada de sonhos
Onde o amor nos persegue de forma implacável assim
E grandes versos banais acabavam vindo tomar o café da manhã...

É poesia...

O anjo que pousa em nosso telhado roubando os raios de sol
Para fazer deles grandes brinquedos para os meninos que brincam
Ainda nos fundos daquele nosso grande quintal...

É poesia...

As muitas linhas que escrevemos desesperados um dia
Palavras que nunca haverão de ser lidas pela destinatária
Porque muitas vezes o segredo existe por si só...

É poesia...

A ternura que teima em nunca mais sair de nosso peito
A saudade que nos come uma à uma cada entranha
Por aqueles que partiram e esperam nossa partida também...

É poesia...

Cada cinza que jaz no fundo do cinzeiro mansamente
Porque foi esperança e desespero ao mesmo tempo
E no tempo todas as coisas se confundem diante nossos olhos...

É poesia...

O amor mais ou menos sujo que ficou em cada porto
O beijo da puta que nos pareceu mais novo que o de costume
E o sem sentido do tesão que apareceu e fez ficar vermelhos...

É poesia...

Nossa voz que grita na praça pública pelo fim dos enganos
Pela certa incerteza do fim de todas as hipócritas teorias
E quem faz a vida ter sentido mesmo que esse seja apenas risco...

É poesia...

Qualquer caminho que seja proibido qualquer maldita estrada
Cada beco escuro que apresenta seu risco máximo e noturno
E cada sombra que nos aparece de repente como assombração...

É poesia...

A viva vida que só nos restou apenas amareladas fotografias
Os motivos que se acabaram sem que ao menos percebêssemos
E os velhos ursos de pelúcia que ainda nos dão carinho...

É poesia...

O meu canto o seu canto o canto dele e o nosso canto
Junto na mais linda das canções que o mundo pôde ter 
Porque somos afinal os verdadeiros donos dos dias...

É poesia...

A velocidade em milhares de anos-luz pelas ruas da cidade
O passeio solitário em dias de festa que há tristeza também
E um olhar maior que o universo querendo enxergar o futuro...

É poesia... É poesia sim...

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