terça-feira, 30 de abril de 2013

O Dia de Eternidade


Às vezes você pensa
Que tudo pode ser verdade
Que o crime compensa
Se houver oportunidade
Como se tivesse licença
Pra fazer sua eternidade

E o dia assim começa
Com tudo no seu lugar
Vamos começar a peça
Não há como se atrasar
Foi essa ou não foi essa
Quem é que vai se importar?

Importa que siga o roteiro
Que não erre a sua fala
Nem sempre vem o janeiro
E o alto-falante se cala
Alguém será o primeiro
Ficando diante da bala

 Quantas palmas baterão
Quando a peça se acabar?
Outros atores surgirão
Para um novo drama encenar
Se não prestar atenção
Você nem vai mesmo notar

Acabemos logo esse dia
Vamos parar de brincadeira
A noite que chega é sombria
É triste mas companheira
E a eternidade é vadia
Pra qualquer nova brincadeira...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Teias, Todas as Teias


Todas as teias, todas elas, numa trama infindável que o destino apronta. Segredos no sótão, fantasmas no porão e medos em cada armário. Páginas de um velho livro de família trancado num cofre. É a poeira do tempo que se acumula em velhos dramas, manchas antigas que nunca vão se apagar. É a roda dos órfãos que gira, sonhos mortos que não ressuscitam, mas que a terra não quer o corpo. As aranhas perambulam pelo espaço, terríveis predadores de cada instante, serenas em sua maldade e frias em seu cálculo mortal. Tome cuidado, meu amigo, somos suas presas favoritas. As pedras estão esperando que as destrua por muitos e muitos tempos, as idéias estão em seu próprio lugar, mas nós, nós seres humanos, nós que rimos até de nosso choro, somos suas preferidas presas. Não escapamos de seu bote certeiro e, ainda hoje mesmo, ajudamos a compor suas tramas. Suas armadilhas nos levantarão do chão e ali ficaremos nos debatendo até não poder mais. Ao contrário dos insetos, não sugarão nosso sangue, não nos deixarão secos e imperceptíveis até qualquer dia desses na parede, mas nos debateremos cada vez mais, sem gritos, em qualquer canto possível, sem loucura aparente e, aparentemente sem medo algum, até que o nada nos ache. Todas as teias, todas elas, numa trama infindável que o destino apronta. O automóvel que partiu segundos antes, o encontro atrasado em alguns minutos, o rosto que não foi reconhecido, o beijo que não foi dado, a palavra que foi mal interpretada, a chance que escapou, o riso que não veio, a lágrima que não secou, tudo aquilo que não queremos, tudo aquilo que ninguém pediu. Todas elas, uma a uma se acumulando na contabilidade de nossos pobres corações. Sem versos que os enfeite, nem poetas que os consolem, nuas e cruas paredes pintadas de cal que o tempo sujou, paredes de abandonada casa invadida pelo mato. Todas as teias, todas elas, numa trama infindável que o destino apronta. Que não conhece regras, que não respeita lei alguma, sem temporada ou estação alguma. É a música feia repetida na única estação que o rádio velho sintoniza. É o samba-enredo sem avenida, pois o carnaval já se acabou, chegou atrasado ou se sabe lá o quê. As fantasias estão com suas cores desbotadas, os foliões estão em luto, as carpideiras agora mandam. Tudo é leve como o chumbo, a brisa areja como num túmulo esquecido por entre flores murchas ou de papel machê. Entreguem suas armas, senhores, a batalha acabou antes do tempo, nenhum tiro mais será desferido, é inútil desviar a água de seu caminho para o mar, inútil parar os relógios para enganar o tempo...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Brincando de Deuses


Vamos brincar de deuses. Vendo as oferendas em frente da tela. Que nos colocam em retribuição ao que fazemos no dia a dia. As intermináveis liquidações e seus enigmas. Os seus misteriosos artefatos sem ter porquê. As misteriosas coisas sem pé nem cabeça. O carro potente que levará à uma vitória sem batalha. Em que milhões de megatons serão colocados em balões incendiários e incendiados. Vamos brincar de deuses. Adivinhando os números sorteados em fantásticos concursos. As curvas de bundas que deram certo. As novas que não existiram. As verdades inventadas de improviso para o público consumidor. Somos o que somos: uma grande invenção posta no mercado sem patente. Indescritíveis em qualquer folheto. Insondáveis para qualquer divã. As olheiras de uma noite mal dormida e de uma oportunidade mal aproveitada. Vamos brincar de deuses. Deuses que o pulo da laje leva ao chão. O furo de reportagem leva ao caos. E as litanias surgem de novas gírias. É a moda de ser originalmente original. De ser imoralmente bom quando necessário. Ser chique ao ser ridículo. E dormir com seus medos debaixo do travesseiro. De manhã pegá-los novamente. Deuses que sonham e pesadelam mais. Que transferem suas culpas ao primeiro que aparece. Mea culpa sem desculpa e sem culpa.  Paradoxalmente humano. Com todos os preconceitos que o direito exige. Muita cerveja e muita gasolina. Santos bonés sacerdotais de propaganda. Vamos brincar de deuses. Imortalmente mortais. Contraditórios ou não tanto. Como em versos soltos em qualquer rua dessas. Os papéis em quase branco que o vento leva. Eram novas de ontem talvez. Mas não bastou. Queremos velhas novidades de amanhã. Incensos das chaminés das fábricas. Protestos ao gosto de cada um. Indignação sem ação. Vamos brincar de deuses. Já entendiados de tanta imortalidade...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ainda Outros Quase Haicais


Quase estamos brincando de deuses
E tudo que o destino aprontou
Acabou-se em nossas redes sociais

A noção de certo e errado ficou no bolso
Era dia isso eu bem sei
E teu amor veio chegando certo e inesperado

Fez-se canção de tudo e qualquer coisa
Bonitas ou feias talvez
Por que não fazem as que o silêncio pode dar?

Há muito tempo meu ouvido esqueceu
As palavras bonitas e vãs
Que o tempo não esquece nunca de buscar

Tudo nunca pareceu tão certo
Politicamente correto
Como as comoções que vivemos

Ritmos todos sempre foram e serão
Mesmo uma pedrinha que cai
Ou latinhas que chutamos vagabundos

Novas bandeiras não precisamos mais
Derrubem as antigas
Que nos falam de teimosos erros

O mundo é uma grande fábrica de gaiolas
Somos os pássaros presos
E nossos lamentos espalham-se pelo ar

Perguntas e perguntas e perguntas
Muitas do menino curioso
Onde estaremos nós daqui há pouco?

Faço das tristezas um barco de papel
Coloco-os num rio de esperança
Mas falta o vento ou então é demais

A vida escorre por entre os dedos
Não podemos isso evitar
Era água? Era areia? Ou eram sonhos?

Quanto mais me entristeço me inspiro
E inspirado há muitas terras
Isso seria ser poeta ou morrer aos poucos?

Entre a loucura e a lucidez um fio fino
Tão fino! Difícil vê-lo...
E daí nasce o riso que mais vale...

Elementares

Resultado de imagem para pequeno alquimista
Como fogo
Luz e consumação ao mesmo tempo
Vida e morte caminhando juntos
Num bailado eterno sem floreios
Mil sóis surgindo num céu de prata
Eterna comparação sem sono algum
O leão e sua galante juba

Como água
Caminho da gravidade de Newton
Encontros e reencontros em cada lugar
Lágrima em linha reta caminho ao peito
E mais ainda em cartões-postais
Mistérios simples como num copo
Ainda o mar e todos os seus portos

Como terra
Berço e ventre de toda a causa
Esteio e enigma de cada uma cor
Tempos idos de bravos cavaleiros
Que repousam seu sono sem espírito
Tudo se move ainda que parado
Origem dos mais diversos cantos

Como ar
O sopro divino em cada boca
Praga e benção e inusitados versos
Borboletas vestidas de toda a festa possível
Festivais ainda plenamente falados
Sangue corrido dos menestréis
Bordados feitos de habilidosas mãos


Os quatro juntos em perfeita máquina
Nem sempre ao alcance de tantos olhos...

sábado, 20 de abril de 2013

Onde Estão Os Perigos?

Resultado de imagem para lugar perigoso
Onde é que eles se encontram?
Onde você quiser encontrar
Subindo a montanha mais alta
Sentado na sala de estar
Apertando de novo o gatilho
Descendo ao fundo do mar
Quando fecha a sua boca
Ou ainda tem sede de cantar
Vendo o último capítulo da novela
Ou sem saber se encontrar
Quando dança feito um louco
E se não pode mais andar
Se concorda com qualquer coisa
Ou começa a ver e a criticar
Se faz parte do novo esquema
Ou nem sabe o que vai dar
Se namora a si mesmo no espelho
Ou se detesta se mirar
Falando mentiras aos outros
Ou sabendo se enganar
Se é politicamente correto
Ou manda tudo se danar
Acendendo vela na encruza
Ou gritando pra Deus escutar
Sendo um exemplar cidadão
Ou não tendo nem onde morar
Descobrindo uma razão de viver
Ou pensando ainda em se matar
Preservando seu status na mídia
Ou vendo o bicho que vai dar
Pode ser que tudo vai bem
Ou não há mais nada pra chorar
Esfriou o tempo lá fora
Aqui é um calor de matar
Quanto tempo eu não lhe vejo
Quanto tempo nem quero olhar
A barriga ainda está doendo
Mas a cabeça quer começar
Eles estão por aí pelos cantos
Pra quem quiser procurar
Se você ainda tem dúvida
Pode ir vá até lá...

São Os Sóis

Resultado de imagem para crianças no sol
São os sóis que invadem a casa
Pelas portas pelas janelas
Todos eles um à um
Mesmo quando há nuvens
E o dia clareia escuro ao mesmo tempo
Que me dizem de você
É o rosto é a sina a loucura
Diamantes que guardo bem escondido
Às vezes sem dó da minha procura
Mas eu acabo sempre encontrando
Os cantos das ruas são amigos
As coincidências do tempo me namoram
E a memória só falha para outras coisas
Venha logo como eles fazem
Venha todos os dias e se quiser ficar
Não faça cerimônia alguma
O dia que isso acontecer
Eu nem preciso deles...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Teatros - Outros, Todos


É o teatro de Pablo
É o carnaval de Renata
É o que falta no peito
É o remédio que mata
É a passagem que falta
Vamos em Sangri-Lá
É o verbo completo
É flexão do amar
É o fogo queimando
É de noite é de dia
É tudo que se quer
Mesmo a cadeira vazia
É fato no mídia
É cerveja no copo
O que menos quero
Ou o que eu mais topo
É farsa ensaiada
É lembrança querida
É desperdício de idéias
A morte e a vida
É canto sem letra
É música ou ruído
É a bunda de fora
Ou vestido comprido
São mil comparações
Sem esquecer de nenhuma
É a leveza da pedra
E o peso pesado da pluma
Eu rio dessa piada
Nem é preciso entender
Nenhuma rima ou verso
Se compara à você
Eu vibro lá na platéia
É lindo seu espetáculo
Eu mesmo então de tudo
E nem consulto o oráculo
Pinte logo essa boca
Exagere na maquiagem
São boas idéias na boca
No peito só sacanagem
E nos bigodes felinos
Vejo a alegria fadada
Vamos rir sem querer
E vamos rir desse nada
Fale a sua mentira
Eu vou fingir que acredito
Se o chão é mais firme
O ar é bem mais bonito
É o segredo de Cosme
Contado por Damião
É a agonia da escolha
Retalhos de indecisão
É a carícia da gueixa
É o descanso na rede
Os pratos sujos na pia
E o relógio lá na parede
É a descoberta do século
A maravilha genética
Somos todos normais
Com diferentes estéticas
São os anéis sem os dedos
É nosso ouro de tolo
Vamos cantar parabéns
E dividir logo o bolo
É o teatro de Pablo
É o carnaval de Renata
É o amor na minh'alma
É a alegria que mata!!!

Vinda


As espadas se cruzam no vento
E qualquer um momento
Haverão novas revelações
E eu fico num canto atento
Se me haverá alento
Nessas vindouras estações

As bocas de novo me falaram

E os dedos apontaram
Para os erros repetidos
E se as lágrimas não secaram
Muitos sonhos ainda restaram
Para serem vividos

Os pés marcharão agora

Mostrando que há vida lá fora
Que ainda existe jeito
E que apesar da demora
O mal já vai embora
De dentro e de fora do peito

As espadas se cruzam no vento
E qualquer momento
Haverão novas revelações
E mesmo que se for sangrento
É ainda assim o elemento
Que falta nos corações

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mil Faces, Nenhuma Face


A cera quente derrete
Ela já foi chacrete
Ele já teve dinheiro
Eu corri e fui o primeiro
E esse cara promete
Eu já pintei o sete
A vida tava tão boa
Que eu andava à toa
Nós encenamos o esquete
Não gosto mais de chiclete
O sonho ainda não morreu
E o culpado fui eu
Agora a onda é a net
E já acabou o disquete
É muito frio no inverno
Eu mandei fazer o meu terno
É muito açúcar sem diabete
Eu me cortei de gilete
De noite festa na aldeia
Amanhã tem lua cheia
E meu amor periguete
Nas mãos a dama e o valete
O álcool também ensina
Como rezar na latrina
Já respondia a enquete
Não é mais gato é cat
Se corta já vai doer
E eu choro feito bebê
Desse time eu sou tiete
Se brigo ninguém se mete
Eu pago as minhas contas
E aguento as minhas pontas
A trava virou vedete
Eu puxo meu canivete
É um brinquedo à mais
Eu sou um homem de paz
Só vai quem compete
Vamos levá-lo no pet
Por que poemas baratos
Se já lavaram os pratos?
Já me jogaram confete
Agora puxo a charrete
Filho de égua é potro
Morre um fica outro
A Marinha pede grumete
Me dê aí um grapette
É estrada interditada
Que chegar lá no nada
Alguém aí me injete
A alegria de Beth
Eu esperei por esse dia
De jogar meu cafemania
Não sou um marionete
E não virei manchete
Eu tô morrendo de sono
Minha alegria tem dono
A cera quente derrete
Quem vai me dar um chiclete?...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Canção de Pequenas Coisas


Pequeninas flores no jardim
Quem se importa?
Há uma flor também em mim
Mas essa já está morta

Pássaros voando em bando

Não se sabe onde vão
O peito vive até quando?
Até a sua exaustão

Meninos correndo pelo quintal

Em eterna brincadeiras
Já fui um menino muito mal
Mesmo com boas maneiras

O amor que primeiro veio

Beijo que nunca dei
O destino não foi tão feio
Mesmo assim não guardei

Aquela carta que não chegou

Nenhuma boa notícia
E eu não sei quem me roubou
Aquela minha delícia

O amigo irmão que foi embora

E eu não pude mais ver
O grito que não foi pra fora
E eu não pude escrever

As asas que não me deram

Para alcançar o céu
Outros anjos é que vieram
Mas foram só no papel

Foram coisas tão pequenas

Não deu para segurar
E depois só vieram penas
E eu só posso chorar...

domingo, 14 de abril de 2013

Gregos & Troianos


O maior erro do mundo em letras garrafais
Perder a vida num segundo e querer mais
Beber sem estar com sede faz parte faz

Não querer pagar qualquer um mico

Mas estar no picadeiro de um grande circo
Hoje e sempre nós ficamos e eu fico

Que tal uma nova estratégia que funciona?

Pois a grande tragédia é estar na lona
Cuidado com o perigo de entrar nesta zona

Nem todos os caminhos são para andar

Nem todos os carinhos são só por amar
E nem todos os enterros são para chorar

Na Bahia já começou o próximo carnaval

Nas calçadas faz que tempo a fome abalou geral
Vamos tomar remédio e vamos passar mal

Quem tem aí pão para eu comer?

Quem disse que o destino é o que tem que ser?
Vamos fazer a dança da chuva para chover

Nem sempre lembro de coisas com saudade

Mantemos até o fim a nossa tola vaidade
E ainda fazemos coisas contra a nossa vontade

Eu visto o que posso e não o que quero

A felicidade se atrasou mas eu espero
Somos apenas cruéis e isso é sempre vero

Quero um cigarro me dê aí um trago

A vida já tem esse seu gosto amargo
Pois ser vivo é tal e qual um cargo

Elefantes já passeiam pela Quinta Avenida

Pra mim tanto se é cravo ou se é margarida
Quem disse que a ladeira tem descida?

Nós nem sabemos ao certo porque viemos

E porque fazemos sofrer e também sofremos
E porque tantas mentiras é o que lemos

No Rio já começou um novo tiroteio

Vamos lá crianças é hora do recreio
Vamos ver de onde é que ele veio

Esta música está ficando meio irritante

Desliguem logo aí esse auto falante
Estou me sentindo como um retirante

Fale logo faça logo esse seu sermão

Até quem mente agora tem permissão
Vamos brincar de política e ladrão

O menor erro da vida em letras garrafais

Perder o rumo num segundo e não saber mais
Quais são os dias de guerra e os de paz...

sábado, 13 de abril de 2013

Tenho

Resultado de imagem para flores de plástico
Tenho uma flor entre os dedos - é plástico
Tenha uma vida entre os medos - é drástico
Só tenho tristezas para contar - nem conte
E só me resta atravessar - a ponte

Tenho teu rosto ante meus olhos - é foto

Tenho a solidão como companhia - é fato
E se os luzes não se acenderam - nem noto
É como se suicidar continuando vivo - no ato

Mas mesmo assim me escutem - eu grito

E mesmo se as pernas estão doendo - eu danço
O céu agora está escurecendo - é bonito
E a primeira estrela que aparecer - alcanço

Tenho uma promessa de amor - é morta

De um carinho inocente e terno - é tesão
E no fim deste escuro corredor - uma porta
E atrás da porta a mesma coisa - solidão

E se chega a mesma noite - não durmo

E na cama vem aquela agonia - viro de lado
E nem paro pra contar os cigarros - que fumo
E nem consigo descobrir o porquê - deu tudo errado

Mas mesmo assim me escutem - eu grito

E mesmo com os pés cansados - caminho
O céu agora está escurecendo - é infinito
E talvez um dia vá para lá - sozinho...

Cavaleiros de Outras Terras

Resultado de imagem para tropa de cavaleiros medievais
Há cavaleiros chegando de outras terras
Sejam por terra por ar ou por mar

Uns trazem histórias bonitas de se ouvir

E outros outras tristes demais pra se contar

Eu os espero com ansiedade natural dos jovens

Que quer escutar sobre lugares que não andou

Como serão as flores em outros ares?

Vai pro mar as águas que correm em outros rios?

Quem me dera conhecer uma bela de outra aldeia

E brincar com seus cabelos cheios de cachos...

Há cavaleiros chegando de outras terras

E de longe já brilha o metal de suas armaduras

Suas espadas nunca foram usadas covardemente

E suas montarias nunca ficam cansadas

Serão eles seres de verdade de carne e osso 

Ou serão anjos que vieram do céu passear por aqui?

Eu mesmo não sei porque olhos só enganam

Esse é seu ofício que sempre cumprem

Eu os espero com a natural ansiedade

De quem vive a rotina e por ela sempre sofre

Há cavaleiros chegando de outras terras

Vindo visitar El Rei Nosso Senhor...

Uma Canção Para Os Sem Tempo


Não tive tempo pra ter tempo
E qualquer um contratempo era um
Agora chegaram as rosas
E eu não tenho mais nenhum...

Eu só tive tempo pros carros

Mas não tive de quem amou
E agora que abri meus olhos
O tempo somente acabou...

Não tive tempo pra vida

Só tive tempo atrás da sorte
E agora que me vejo enganado
Só me dá tempo - a morte...

Não tive tempo pra briga

Só tive tempo pra me calar
E as coisas foram acontecendo
E agora eu só posso chorar...

Eu fui atrás do dinheiro

Não perdi um capítulo da novela
E toda luz foi então embora
E só me restou a luz da vela...

Se você ainda tem tempo

Gaste-o logo antes que acabe
Tenha cuidado meu amigo
Antes que o prédio - desabe!!!!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Lentes

Resultado de imagem para menino de óculos
Cerrar os punhos e cerrar os dentes
Estranhar tudo e todos os viventes
Esquecer conceitos de todas as vertentes
Lutar e sonhar em perigosas frentes
Entrar e decifrar todas as mentes
Pisar e esmagar todas as serpentes
Aceitar mesmo soluções diferentes
E todos os climas sejam frios ou quentes
E semear algumas novas sementes
Mesmo se não formos mais existentes
Não seremos mais os mesmos indigentes
Seres pensantes e seres querentes
Já armamos os nossos pentes
E nos despedimos de nossos parentes
As fogueiras já estão ardentes
E as estrelas já estão cadentes
E os dragões já ficaram doentes
Como no silêncio de mais inocentes
Fora de todas as normas vigentes
Não estaremos assim tão carentes
Porque colocamos novas lentes!

Eu & Outros


Desde o tempo que o tempo era tempo. E eu fazia que fazia e não fazia. Porque eram outros olhos que fitavam a paisagem bonita e sem cores que se destacassem. Sim. Claro. Eu já espreitava em rostos que não eram os meus os planos que nunca pude fazer. Eram planos bons beirando ao impossível. Mortas flores que iriam brotar. Flores mortas nascidas em cerimônias solenes de um desespero nascido aqui mesmo. Pense em tudo que não veio. Em barcos sem velas que não partiram do cais. Porque os cais não existiam. Nem os ventos também. Dedos sem anéis em mãos estendidas. Súplicas trêmulas junto a olhares suplicantes. Eu suplico. Com a idade dos números. Antes que as pedras fizessem as pirâmides. E os faraós dessem seu último suspiro. A esfinge nunca foi tão clara. E tão amigável. Os passarinhos pousam em sua cabeça e em seus ombros para cumprirem seu ofício. Dali partirão pelo mundo procurando mais jardins. Poderemos segui-los em suas migrações. Milhares de quilômetros. O que não foram velas serão asas. E asas dificilmente partem. Esqueci as cicatrizes. Esqueçamos as cicatrizes e as feridas também. Elas fecharão por si mesmas. Como um passe de mágica. Presto! Abracadabra! Agora você vê. Agora você não vê. As ilusões de óptica são reais. E as cartas não mentem jamais. Ciganamente a estrada sabe bater e acariciar de acordo com o passar. Olhe as estrelas. Milhares delas nos olham também. E se perguntam sobre tão estranho ser. Eu sou aquilo que eu mesmo não sei. Eu sou aquilo que desconheço ser. Atrás de cada espelho só existem estranhos. Cada manhã nosso corpo acorda com outra alma. E uma rotina estranhamente original. Tudo se repete e nada se repete. Tudo existe e nada se prova. Tudo se quer e nada satisfaz. Do contrário o pano cairia antes do fim da peça. A insatisfação é o sal de todas as terras. E a simplicidade é a equação que tudo move. Vamos que vamos! Mesmo que a carruagem quebre na estrada. E os cães parem de ladrar. Vamos que vamos! Sou o cavaleiro e a montaria e o galope numa coisa só. A montanha e a altura e a vertigem. A fogueira e a febre e a fuligem. Como os alquimistas tentaram descrever. As letras e o alfabeto. As brancas nuvens em um paciente rebanho de celestes pastagens. De sonhos em que pequenas casas e cadeiras sobrevoam árvores com espessas folhagens sem frutos. É a altura e o risco. Escorregar em escadas também é bom. O risco se transforma em risco de desenhos para colorir. E isso pode ser até divertido. Nunca mais eu tive pressa nem perdi a minha voz. Me prosto aos deuses procurando meu perdão e o perdoar. Não me importando com os espinhos e os invejosos. Tambores tocam ao longe. O sangue antes parado agora circula em rápidas voltas. Eu sou filho da Esfera. Eu surjo do fogo. Nele permaneço sem virgulas e reticências. Mas cheio de interrogações. Eu as faço sem hesitar.

Uma Canção Viajante


Viajante das palavras
São milhares de escravas
Que me desobedecem
Viajante de expressões
São milhares de corações
Que em paixões crescem

Sou viajante sem sair do lugar

Sou retirante afligido do verbo amar...

Viajante dos sonhos

São rostos tristonhos
Que desfilam em mim
Viajante de enredos
São milhares de medos
Que não chegam ao fim

Sou viajante sem sair do lugar

Sou retirante atingido sem atirar...

Viajante de canções

São muitas expressões
Que me atormentam
Viajante sem bandeiras
São centenas de fronteiras
Que me enfrentam

Sou viajante sem sair do lugar

Sou retirante decidido em continuar...

Quem Comprar Comprou...


É a fada amendôla
É a frase mais tola
Uma reta mais curva
A vista ficando turva
É a obra mais nova
E um pé bem na cova
O peso na consciência
O livro e sua ciência
O teste de direção
Um carro na contramão
É um carinho de gueixa
É o crime e é a queixa
E o pecado sem perdão
O mar e a poluição
É o site bem transado
O reverso de cada lado
É a cama e a esteira
Notícia velha de primeira
Nova foto envelhecida
É a vida! É a vida!
E o corpo no asfalto
Mãos pro alto! Mãos pro alto!
Vamos fugindo da ética
E da conduta sintética
Uma covardia fantástica
Nova moral elástica
Vai onde ela for
Quem comprar comprou...

É a faca amolada

É agonia na estrada
Uma festa mais obscura
A vista ficando escura
A obra mais feia
O pé bem na areia
O peso caindo na farra
O livre e sua garra
O texto de exceção
O preço da solidão
E o caminho do ouro
O crime e o matadouro
E o errado sem questão
O mar e a população
E o mega bem mandado
Um perverso em cada lado
É a fama e a bandeira
Notícia falha de primeira
Nova morte parecida
É a vida! É a vida!
É o roubo no Planalto
Mãos pro alto! Mãos pro alto!
Vamos fundindo a cética
E a curtida patética
Uma simpatia cismática
Nova moral plástica
Vai onde ela for
Quem comprar comprou...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Num Ar de Obviedade


São sinais para um velho resto cansado. Em que águas falam mais que os sinais de fumaças de já extintas fogueiras. As nuvens viram kamikazes de uma guerra declarada e vamos andando. Sangue e água se confundem. E do meu lado faço um derradeiro esforço de viver. Se pode chamar vida. Guardar um peito vazio para um amor que muito provável não chegue. Ou chegue atrasado. O que é bem pior. Fatídico atraso e estrago. Coloque o disco na velha vitrola, A que um dia foi objeto de desejo e alegria. Não mais haverá areias de dia de domingo e nem outros gritos mais. A inocência falta no mercado. E todas as tecnologias não valem uma. Nelas faltam um quê de cor não colocável em gestos improvisados. Falta o suingue de velhos clipes e a emoção resultante de motivos desconhecidos. Descubro isso quanto menos quero. A tristeza é um abismo no fim da descida de uma rampa. E mesmo o calor não afasta os arrepios. O velho hábito ocupa o mesmo lugar de sempre. Era uma mesa antiga e a cadeira do menino era azul. E as imagens em preto e branco pareciam mais vivas mesmo sem ser. São velhas peças e velhos trotes. E quadros que tomaram chuva. Desbotados e lamentados. Refletidos e enlutados. Como nunca mais haveremos de ter. Eu quero ar como peixes na areia. Eu quero pelo menos um riso antes. Nós queremos e todos nós em coro pedimos. Save our selfs. Em qualquer língua conhecida ou morta. Nos papiros já existem sinceras súplicas. E em tábuas de argila. Nas garrafas que vagueiam nas ondas. Estamos em ilhas, Somos ilhas. E morreremos em alguns instantes. Alguns dias. Algumas semanas. Alguns meses. Ou então nunca. E este nunca é mais do que podemos suportar. Um brinde à triste condição humana. Faminto em frente ao banquete. De pés e mãos atados. Sedento dentro da água. O pior entre os melhores. Palhaço teu pai morreu. As lágrimas serão o novo motivo para o que vier. E o sangue escorre em contadas gotas. Haverá cantos de bacurau como fundo de tela. E motivo de medo. Eles são o que são. Incrivelmente nuas e cruas. Salada de flores. As mesmas que adornarão nossos esquifes. Os segredos vão embora. Ou ficam suspensos num ar de obviedade. São sinais para um velho rosto cansado...

Contagem


Vamos contar os dias
Vamos contar pra trás
Lá ficaram as alegrias
E elas não voltam mais

E ajuntar as manhãs frias

Em que nem bem acordamos
E vemos ir embora as alegrias
Aquelas que nem gozamos

Vamos ficar tal qual o mudo

Que se expressa só por gritos
Nada temos e temos tudo

Transformemos tal imagem

Nos mais sagrados ritos
Em rituais de contagem

domingo, 7 de abril de 2013

Sete


Eram sete ou eram mais?
Íntimos ou gerais?
Captados ou capitais?

Acendamos mais outras velas

Para velhos erros formados
Os vilões estão nas novelas
E os tiros pra todos os lados

Eram sete ou eram mais?

De terras ou de cais?
Pra frente ou pra trás?

Conhecemos tantas lendas

Sem testemunhas oculares
São apenas nossas vendas
Para não ver mais outras ares

Eram sete ou eram mais?

É o duque ou é o ás?
Dias de guerra ou dias de paz?

Nossa cabeça entregamos

Que o carrasco a corte fora
Entretanto todos nós gozamos
E a vontade não vai embora

Eram sete ou eram mais?

Dos filhos ou dos pais?
Nos enterros ou nos carnavais?

Faça o que digo e não o que faço

Eu fiz Deus e o eu o controlo
Está alugado todo celeste espaço
E o novelo enrolo e desenrolo

Eram sete ou eram mais?

Do inferno ou celestiais?
Obscuras ou clara demais?

Eles são feitos e eles não fazem

Variam de acordo com a estação
Nós trazemos e eles não trazem
Estão dentro de cada coração

Eram sete ou eram mais?

Invadiram nossos quintais?
Fedem ou são federais?

Imagem perfeita de um Criador

Não devo ser bom e nem mal
Devo apenas ter e ter amor
Seja qual for este sinal


Eram sete ou eram mais?
Íntimos ou gerais?
Captados ou capitais?

sábado, 6 de abril de 2013

Nem Concreto, Nem Abstrato


Dúvida eterna como novo estado físico da matéria. Descoberta sendo feita aos poucos. Existiu ou não? Como uma aparição que de rápida se perdeu. E uma impressão suave se escondeu em algum canto bem discreto. Vamos esquecer isso por enquanto. E se o vôo foi ilusão ou verdade pouco importa. Ele aconteceu em nós mesmo e isso basta. Não vimos o viajante em escaldantes areias de nosso deserto. Mas suas pegadas lá estão. Em linha quase reta. Às vezes vacilante. Indo sempre sem saber onde. E indo e indo. Detalhes podem ser bonitos e serem maus. Eles nos distraem daquilo que queremos ou precisamos. As máquinas do tempo andam em falta no mercado. Não podemos esperar tanto tempo na fila. As moedas estão caindo do bolso. Os bolsos não estão furados. É assim mesmo. Pensemos nisso com carinho. Enquanto vemos as bandeiras brancas hasteadas o sol de qualquer lugar. Nada tememos ou quase nada. Somente o que não há nos amedronta. E todas as coisas existem. Fantasmas vindo da Nova Zelândia no primeiro vôo comercial. Bactérias novas de letalidade comprovada em caso de ocasional riso. Batatas geneticamente modificadas que estimulam o apreço por poetas parnasianos esquecidos da mídia eletrônica da Nova Guiné. Câmeras de vídeo encontradas num nicho arqueológico de neanderthals usada em shows musicais alternativos. Tudo existente ou não. Tudo num inconsciente coletivo individual. Dividido de forma mais que justa. Um pra você e um pra mim. O café está frio. Mas bebemos assim mesmo. A vida está por aí e insiste até a exaustão. O último fôlego. O último suspiro e depois os brigadeiros. Eu descobri a chave mágica. Agora só faltam as fechaduras. Eu descobri a língua das flores. Falam de sexo o tempo todo e isso é muito bom. Nada escrevi. Somente vocês é que leram. Nada pensei. Só os sentimentos vêm à tona em gestos destituídos de qualquer programa. São águas. Elas são mais consistentes que as pedras. Nunca param para descanso. Mesmo quando em copos ou garrafas. Estão lá e aos poucos irão em outros passeios. Não escolha palavras. Essa é uma tarefa difícil e estressante. Escolha os dias para sorrir em todos eles. As piadas são consentimentos que fazemos para nós mesmos. Devemos rir até mesmo no front. E quando a graça acabar poderemos rir disso também. Bill Bones ri de tudo. Até mesmo quando chora ou vai a seu próprio funeral. Até o próprio tempo tem suas hesitações. Ele costuma fazer anotações que nem mesmo ele consegue decifrá-las. Os pajés estão dormindo porque hoje é dia de folga. Nossas pulsações estão irregulares porque esquecemos de pagar a conta. Vivemos esquecendo de vitais sinais. Até os poetas erram nisso. Mas são humanos e é o que se pode fazer. Sem motivos para escrever fica mais fácil. Ou ter rendas nos punhos das mangas. Sejamos honestamente desonestos. Ou desonestamente honestos. Isso é de acordo com a previsão de chuva ou de sol. O sol poderia ter insônia e passear um pouco nos dias de folga da lua. Ao invés de ficar em casa resolvendo palavras cruzadas. Um grande quebra-cabeça é montado todos os dias. Mas a crueldade do vento o anima para misturar as peças sempre que o final se aproxima. Mostre-me aí quanto lhe devo. Obrigado. Era só isso. Nunca temos real previsão de quando pagaremos. Mas será exatamente no dia que acontecer. Mas tudo acontece. Mesmo quando a lente estava virada para o outro lado. Era dia de passeata por melhoria das condições de sonhar e acabamos nem vendo. Era dia de derrubar alguns lobos de seus pedestais e isso aconteceu. Não se desespere ainda. A esperança mandou dizer que seu check-up correu bem. E viverá ainda mil e mais mil e quanto ainda der no relógio. E caberá a cada um esperá-la como melhor lhe aprouver. É assim que as coisas funcionam. Sem mais delongas ou protocolos.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Bom Dia, Leitor!

Bom dia, leitor! 
Que me acessas do outro lado para ler as coisas deste bobo da corte, deste menestrel sem dama branca e que faltam cordas no alaúde, deste herói com batalhas e sem vitórias para comemorar. 
Que chegas como invasor anônimo de terras daqui e de lá, que permaneces calado em teu canto, talvez por rir de minha tristeza ou, quem sabe, respeitar uma dor tal qual a tua.
Que olha atentamente estes infantis rabiscos por pura pena, ou ainda, que devora alguma palavra como a esfinge em seu eterna pergunta.
Perdoa se o que tenho é tão pouco, se as rimas são sem a necessária graça, se os versos são fora de propósito, se os enredos são mais comuns do que se permitiria ser. É que a dor não escolhe as vestes que colocará e nem liga para modas. É que o choro não agenda horários e quando menos se espera estraga as festas. Nada é tanto como se poderia querer.
Eu já insisti algumas vezes, mas vozes daqui e de lá permanecem mudas. Não se acanhem. Palmas e vaias fazem parte de qualquer platéia. E é melhor ter qualquer platéia do que não ter nenhuma. O pano permanece levantado. E ainda muitas vezes escutarão a minha voz. 
A vida seguirá em frente e muitas vezes me ferirá como à todos os homens. Ainda assim, o pouco que resta de riso permanecerá no mesmo lugar. Não tenho medo da partida, elas acontecem todos os dias. Não tenho medo da morte, ela já aconteceu tantas vezes e tantas vezes mais acontecerá, muitas delas nem percebi e continuei andando.
Só fico triste por uma coisa. E se for vaidade minha, nem precisa perdoar. Os sete pecados capitais, ou sei lá, quantos houver, navegam no mar do nosso peito sem porto e nunca escaparemos disto. Fico triste pois, na verdade, não sou homem de minha época, sou de todas elas juntas e ao mesmo tempo. Acredito em revoluções quânticas e invocações em torno da velha fogueira. Em  revoluções da tecnologia e em reais histórias de assombrações. Acredito em tudo que veio e em tudo que virá. Mas a dúvida mora também em mim, como mora em todos aqueles que sonham. Por isso, gostaria que a palavra fosse mais além, e até agora isso não aconteceu.
Feia ou bonita, ela permanece encarcerada na tela, prisioneira da internet, escrava de bits, esperando que a energia atravesse os fios, até onde foi chamada. Até quando? Não sei...
Bom dia, leitor! Tenha bons sonhos...

Procuram-Se Moinhos


Procuram-se moinhos
Todos procuram e eu
Porque estamos sozinhos
E o antigo já se perdeu

Outro moinho para atacar

Destruir de vez o tédio
Não há nenhum neste lugar
Não é moinho um prédio

Não é o carro com fumaça

Nem a notícia do dia
É muito mais ultrapassa
Tristeza ou alegria

Procuram-se caminhos

O nosso já se perdeu
Estamos entre espinhos
E cada espinho doeu

Outro caminho para andar

Terras novas pra poder ir
Sem motivos pra chorar
Que seja longe daqui

Não é o poder e a trapaça

Nem a eterna monotonia
O anonimato da massa
E a eterna taquicardia

Procuram-se outros carinhos

Não esse que você deu
Que sejam menos mesquinhos
Meu amor se escondeu

Outro carinho sincero

Outro beijo sem protocolo
Que há muito eu espero
Que há muito eu esmolo

E quando finalmente achar

É lá que eu de certo ficarei
Deve ser lá o meu lugar
E finalmente eu encontrei

Procuram-se moinhos

Procuram-se outros moinhos
Para esta triste figura...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

The Art of The Paint 2 - A Teima Continua



Fig. 1 - A Casa No Lago


Fig. 2 - Cores, Só Isso


Fig. 3 - Fios N.o 1



Fig. 4 - Fios N.o 2



Fig. 5 - Fios N.o 3



Fig. 6 - Gênesis



Fig. 7 - A Origem



Fig. 8 - Em Preto e Branco I



Fig. 9 - Em Preto e Branco II



Fig. 10 - Talvez Natureza-Morta



Fig. 11 - Os Peixes

Fig. 12 - Sociedade de Consumo


Fig. 13 - Aos Sós Toda a Solidão



Fig. 14 - Eletronic Art




Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...