Essa cidade não é minha
Esse corpo nunca foi meu
A alma talvez se ela existe...
Dúvidas surgem sempre
Enquanto a cara vai na parede
Ou então vai na porta fechada
Além do muro há outro muro
Onde há uma felicidade
Que eu mesmo não sei...
Há uma violência estranha
Uma ternura incompreendida
O show que nunca termina...
Dívidas que nunca pagarei
Porque não tive culpa de fazê-las
Ou foram obras de um acaso mau
A morte é uma história velha
Que todos acabam contando
Para espantar meu pobre sono...
Há uma lição que não quero aprender
Não sei metrificar coisa alguma
A liberdade é uma cela invisível...
Esqueci de tudo num estalo de dedos
Tudo é tão ridículo como não parece
Toda beleza é apenas um deboche
Todo grito é para não ser escutado
E só resta uma pergunta tão triste:
Minha mãe, por que a senhora me pariu?...

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