Nem passarão, nem passará...
Ando com a cabeça baixa
Por estas ruas quase vazias
Como quem vai ao próprio funeral
Sem muita pressa de chegar lá...
Onde estão os velhos brinquedos?
Foram substituídos por vãs miragens
E agora não há mais como reclamar
Porque o tempo nos engoliu...
Nem cantarão, nem cantará...
Respiro quase sufocado
As verdades mais empoeiradas
Assim como em velhas relíquias
Prontas para serem jogadas fora...
Para que serve alguma coisa?
Serve apenas para se fazer obsoleto
E ir ficar em velhas gavetas
Ou ainda em mórbidas prateleiras...
Nem dançarão, nem dançará...
Festejo não sei o quê
Até um tempo que não sei quando
Pelo motivo de apenas viver
Como qualquer um pode e faz...
Quem é o alvo e qual é o tiro?
A última moda é agora absurdo
Todo choro se faz bem vindo
Desde que não divina e nem humana
Porque nunca existiu comédia...
Nem voarão, nem voará...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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