domingo, 2 de novembro de 2025

Tragédia Moderna Com Requintes de Antiga

 

Nada mais que o metal

E parasitas suicidas

Em plena ópera sem som...


Vamos pular pelos galhos

Em toda inércia movimentada

De um disco mais antigo...


Coloque azeite de dendê

Neste meu doce e naquele 

Para ver se o alvo atinge o tiro...


Vou correndo no shopping novo

Para comprar as baratas

Que estiverem em liquidação...


O ganhador do Nobel

Usará o dinheiro do prêmio

Para poder se alfabetizar...


A lourinha ganha seu pix

Mostrando a sua bunda

E depois de gozar - reza...


Morder a língua é esporte

Que exige muita concentração

E também andar de bicicleta...


Hoje o morto saiu sambando

Enquanto bebia uma cachaça

E ia rindo de nós - os vivos...


Ele meteu o dedo na tomada

Mas acabou se esquecendo

Que isso era apenas seu vício...


Queremos cascas de nozes

Para fazer um novo piano

Ou um novo moletom amarelo...


Estar numa sala de estar

Exige requintes de crueldade

Ou ainda extrema burguesia...


Em nosso esperado futuro

O rei é que vai roer a roupa

Do rato mais romano que houver...


Nada mais que o plástico

E novas doenças planeadas 

Em plena surdez ruidosa...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

sábado, 1 de novembro de 2025

Eu Não Disse Que Era Poeira? - Carlinhos de Almeida

 


🌫 3 razões para ler Eu não disse que era poeira? — Carlinhos de Almeida


1️⃣ Reflexão profunda sobre a existência e o tempo

A obra conduz o leitor a uma viagem filosófica e poética sobre a transitoriedade da vida — a poeira como metáfora daquilo que somos e do que inevitavelmente se desfaz.


2️⃣ Uma escrita entre a poesia e o desabafo

Carlinhos de Almeida mistura lirismo, melancolia e lucidez em textos curtos, intensos e simbólicos, que falam de amor, solidão, fé, desencanto e esperança — tudo com uma linguagem que ecoa sinceridade e humanidade.


3️⃣ Um espelho da condição humana contemporânea

Entre versos e pensamentos, o autor desnuda a fragilidade, o medo e a busca por sentido num mundo apressado e cada vez mais vazio. É leitura que faz pensar, sentir e reconhecer-se nas entrelinhas.


📘 Eu não disse que era poeira? é um sopro de poesia e verdade — uma conversa íntima com o leitor sobre o que permanece, mesmo quando tudo parece se desfazer.


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E boa leitura!


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                 https://www.instagram.com/p/DQeXtTIlCJe/?igsh=MWtibXV6cTQ0OHlvdA==

Apenas Isso...

A vida 

Apenas uma desculpa para a morte...


Viveu

Apenas como quem sobrevive...

Felicidade?

Acho até que um dia eu tive...


Naquela caixa

Acho que estão meus brinquedos...

Aqui no peito

Parasitam todos aqueles medos...


A vida

Coloca toda culpa na sorte...


Viveu

Achando que tudo era engraçado...

Tentou?

Mas não viu que estava errado...


Naquela rua

Os carros trafegam na contramão...

Acompanhados

Mas sempre estamos na solidão...


A vida

Foi apenas mais um profundo corte...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Fisiologia Anímica

Mecânica de automóveis sem motores.

Novidades tecnológicas tão mais arcaicas.

Estados de confusão mental corriqueiras.

O lixo acumulado em nossa vil política?


Pulsar,

Respirar,

Divagar,

Chorar...


Feitiçaria das redes sociais sem feiticeiras.

Carnavais para turistas que entendem tudo.

Tradição de muitos dólares e de euros também.

Bundas e coxas expostas pelas vitrines da city?


Comer, 

Cagar,

Mijar, 

Estar...


A ilusão tocada num realejo sem os periquitos.

A cachaça como um atraente soro fisiológico.

Drogadição é a coisa mais corriqueira que há.

Orgulhar-se de um crime como fosse virtude?


Correr,

Ficar,

Bater,

Apanhar...


Caçadores de cabeça agora querem seus likes.

A misericórdia agora tem a melhor das pontarias.

A cerveja agora faz parte da nossa cesta básica.

Você prefere morrer ou ficar sem seu celular novo?


Trepar, 

Gozar,

Comprar,

Gastar...


Agora estão faltando lágrimas para os crocodilos.

Novelos eletrônicos para tecer os casacos virtuais.

Somos sobreviventes de um caos quase inexistente.

Somos as presas ou somos sempre os predadores?


Matar,

Falecer,

Viver,

Morrer...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida). 

Tragédia Moderna Com Requintes de Antiga

  Nada mais que o metal E parasitas suicidas Em plena ópera sem som... Vamos pular pelos galhos Em toda inércia movimentada De um disco mais...