Minhas palavras são quase espinhos,
Cacos de vidro ou coisas assim,
A máscara grudou ao meu insano rosto
E isso está impedindo até de andar...
Tenho ainda estrelas e alguns copos de chá...
Meus versos são quase invisíveis,
Palavras de banheiros ou desenhos,
A ferida fez moradia em minhas carnes
E qualquer história pode ser contada...
Fagulhas e eternidades são as mesmas...
Meus gritos são quase inaudíveis,
Um tiro é apenas menos do que um tiro,
A beleza de certas coisas não existe
Mas nós teimamos em ficarmos vendo...
A solidão total é produto extinto na praça...
Meus gestos andam meios sem medidas,
Mistura insólita de gestos rudes e carinhos,
Um breve discurso que é muito longo
Entre escombros de vírgulas e mais pontuações...
Toda linha reta acaba fazendo uma curva...
Meu passado é um futuro que se atrasou,
Aquele relógio estava quase quebrado,
Posso confundir tudo menos aquilo que amo
Ou ainda aquilo que acho que possa amar...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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