Eu faço cigarros com notas de compra
Como que conta os passos para o abismo...
Meu grito acaba me doendo bem mais
Do que aquela brasa que se apagou...
Não me pergunte, baby, não pergunte nunca
Obviedades que eu posso lhe responder!
Eu acendo todas as lâmpadas da casa
Mas o pobre peito continua na escuridão...
Os meus chutes foram gols com pedras
Mas as carnes não se machucam mais...
Não se desespere, baby, não se desespere
O Apocalipse passou e nós nem vimos!
Eu te transformei em mais uma bacante
Quando abri a nossa caixa de Pandora...
Perdi as contas desta minha cruel lascívia
Viajando por todos estes países de tua pele...
Não me condene, baby, não me condene
Eu sou apenas um louco sem camisa-de-força!
Vou roubando das redes sociais as tuas fotos
Para guardá-las nesta maior das solidões...
Penso em pensar até que eu me esqueça
E minha ignorância doa um pouco menos...
Não me maltrate, baby, não me maltrate
Eu sou apenas um pequeno fazedor de nuvens!...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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