terça-feira, 3 de junho de 2025

Eu Faço Nuvens

Eu faço cigarros com notas de compra

Como que conta os passos para o abismo...

Meu grito acaba me doendo bem mais 

Do que aquela brasa que se apagou...


Não me pergunte, baby, não pergunte nunca

Obviedades que eu posso lhe responder!


Eu acendo todas as lâmpadas da casa

Mas o pobre peito continua na escuridão...

Os meus chutes foram gols com  pedras

Mas as carnes não se machucam mais...


Não se desespere, baby, não se desespere

O Apocalipse passou e nós nem vimos!


Eu te transformei em mais uma bacante

Quando abri a nossa caixa de Pandora...

Perdi as contas desta minha cruel lascívia

Viajando por todos estes países de tua pele...


Não me condene, baby, não me condene

Eu sou apenas um louco sem camisa-de-força!


Vou roubando das redes sociais as tuas fotos

Para guardá-las nesta maior das solidões...

Penso em pensar até que eu me esqueça

E minha ignorância doa um pouco menos...


Não me maltrate, baby, não me maltrate

Eu sou apenas um pequeno fazedor de nuvens!...


(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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