Não escolhi a roupa,
Não escolhi o lugar,
Não sabia qual o dia,
Não tinha noção de horário,
Ignorava qual a ocasião,
Tinha medo e não queria...
Amava a vida:
Por pior que ela fosse,
Por mais medo que sentisse,
Mesmo que me desse dores,
Até quando me fazia chorar,
Até quando me arrependia de tudo...
Mesmo vivos estamos mortos:
Quando o acidente acontece.
Quando a doença surpreende,
A bala encontra um caminho,
O engano vem no galope,
Todo o plano deu errado...
Meu epitáfio foi meus erros,
Não consegui esconder nada de mim,
Me perdoei mesmo não podendo,
O autor do crime e a vítima sou eu,
Quantos mitos da Caverna cabem aqui
Nesta cova que chamam de peito?
Não escolhi a roupa,
Não escolhi o lugar,
Não sabia qual o dia,
Não tinha noção de horário,
Ignorava qual a ocasião,
Tinha medo e acabei querendo...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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