sábado, 14 de junho de 2025

E Eu Me Calei Perante O Mar

Dias passados sem nome sequer

Anedotas ditas para podermos chorar

Folhas caídas qual moscas nos chãos

Nenhum barco saiu para pescar

E o cais permanece sem vivalma...


Muitas marinas agora desbotadas

O que um dia acreditei agora duvido

O brilho dos metais agora apagaram

O faraó repousa na sua horizontal

Assim como tantos sonhos de anonimato...


Meu grande sonho é não ter mais pesadelos

Mas o meu medo gosta de brincar sempre

Se escondendo entre os escombros da mente

Como quem sai no bloco do sujo no carnaval

Mesmo que não tenha mais alguma folia...


Eu sou como uma garça triste e solitária

Daquelas que o sal um dia acaba cegando

E que então vai morrer lentamente de fome

Mas não adianta tentar se debater e voar

Foi por isso que eu me calei perante o mar...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um Frio Qualquer

Um frio qualquer que invade a alma,  Não quer mais o corpo, já se cansou dele... É a madrugada de dia, é o fim da alegria... Um frio qualque...