Peidei no Samba

 

Peidei no samba,

Sou quase bamba,

Na luz da vela,

Puta banguela,

Vem cá cracuda,

Me dê ajuda,

Senta no colo,

Aí eu cholo...

Matei o pau,

Sou quase normal,

Tomo gardenal,

Era carnaval...

Vou ficar lelé,

Caguei de pé,

Vou ficar zureta,

Quase um capeta,

Sentei no mamão,

Isso é quase bão,

Vai orar na porra,

Vida é quase zorra...

Começou o final,

Vamos pro escambau,

Pois já era babau,

Já caí no grau...

Gritei pra ti,

Tou nem aí,

É camarão remendado,

Pão ensopado,

Barraco mansão,

Passeio de camburão,

Filé de borboleta,

Trato com o capeta...

É doce com sal,

Queremos o cacau,

Rir e passar mal,

Me dê o meu mingau...

Bife ali na mesa,

Acabou a certeza,

Farofa cream cracker,

Capeta de araque,

Quebraram Alexandre,

Magrinha de cu grande,

Coceira que não acaba,

O dedo foi na raba...

O bombom tá mau-mau,

Prende logo o lalau,

Tem angu pra geral,

O meu tiro é fatal...

Galinha de quintal,

A bossa é pra boçal,

A moda é a favela,

Piranha matusquela,

Já chega de sujeira,

Me deu foi caganeira,

Não como melão,

Me dá aflição...

Gurugumba é o tal,

Vou morar em Macau,

Comprei foi lá na Magal,

Não roda mais o bacurau...

Peidei no samba,

Sou quase bamba,

Na luz da vela,

Puta banguela,

Vem cá cracuda,

Me dê ajuda,

Senta no colo,

Aí eu cholo...

(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).