quinta-feira, 26 de junho de 2025

Fisiologia Poética

Toda poesia é atemporal,

Impossível dizermos quando nasce

E quando morre (se morre...),

Os poemas são feitos de palavras doces

Ou de silêncios inquietantes.


Toda poesia é mórbida,

O poeta é um arco que joga flechas

O leitor é seu alvo

E a intenção poética é uma fera

Que caça sua presa na selva.


Toda poesia é uma veia,

Nela corre todo o sentimento,

Seja ele bom ou mal expresso,

Carregado ou não de fantasia,

O resto é uma receita de bolo.


Toda poesia é como um susto,

Como uma visita imprevista,

Um cometa caído do céu

Ou um barulho na madrugada

Que acabou tirando o sono,


Toda poesia é apenas um jogo,

As rimas são cartas marcadas,

As figuras são apenas estratégias,

Mas ninguém sabe afinal o final,

É tudo apenas mais um vento.


Toda poesia é atemporal,

Impossível dizermos quando morre

E quando nasceu (nunca se sabe...),

Os poemas são feitos de palavras rudes

Ou de silêncios que gritam...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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