Esse medo de que qualquer dia
Pode ser o último...
Que qualquer pode acabar
Mesmo que sendo eterno...
Que o amigo nos traia
Mesmo sendo sem querer...
A previsão pode falhar
E o nada nos chegue...
Que alegria feche a cara
E o sorriso saia batendo o pé...
Que o silêncio da noite
Encha nossos olhos...
Que a saudade nos exija
Os que não poderão voltar...
A idade pode nos enganar
E a velhice nos traiu cruelmente...
As rugas invadiram o espelho
E faz do banheiro uma cela...
Os crimes noticiados
Nos fazem do lar uma jaula...
As mentiras que nos contam
Se mascaram de verdades...
A vida é apenas um maracatu
Sem festa e sem fantasia...
Nossa loucura é séria
E única e mais que exclusiva...
O que nós herdamos...
Esse medo de que qualquer dia
Pode ser o último...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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