terça-feira, 24 de junho de 2025

Barshid e O Canto da Parede

Faltam-me agulhas sem pontas

Para certos paradigmas desiguais.

Ela é tão delicada qual um rinoceronte.

Hoje é dia de bailar num vulcão

Enquanto chupamos dropes de giz.

Todas as metáforas da vida

São cigarros baratos achados no lixo.

Me arrependo do mal que não fiz.

Minha poesia é apenas um bagre

Que perdeu suas asas numa bienal.

Quero bochechas com aroma sutil.

De hoje em diante só calças roxas

Serão permitidas em via pública.

Tudo o que conhecemos é o oculto.

O limite do meu tesão é o absurdo

E meu frio é abaixo de quarenta graus.

Sinto gosto de sangue em todos aromas.

Os meus óculos me torturam sempre

Mas mesmo assim só com eles enxergo.

A mesma lei do Cão é a lei do Gato.

Não fui mais passear em Copacabana

Desde o tempo de alguns lírios negros.

Quero beber a água gelada dos vulcões.

Só escolho todas maiores dificuldades

E a vida é a maior de todas que existem.

Posso me esconder de quase tudo que há

Mas esconder-me de mim é impossível.

Meu reino por um cavalo-marinho agora.

O costume do cachimbo entorta os olhos

Em paradas em que faltam os participantes.

Nas minhas veias corre sangue cor de laranja...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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