Faltam-me agulhas sem pontas
Para certos paradigmas desiguais.
Ela é tão delicada qual um rinoceronte.
Hoje é dia de bailar num vulcão
Enquanto chupamos dropes de giz.
Todas as metáforas da vida
São cigarros baratos achados no lixo.
Me arrependo do mal que não fiz.
Minha poesia é apenas um bagre
Que perdeu suas asas numa bienal.
Quero bochechas com aroma sutil.
De hoje em diante só calças roxas
Serão permitidas em via pública.
Tudo o que conhecemos é o oculto.
O limite do meu tesão é o absurdo
E meu frio é abaixo de quarenta graus.
Sinto gosto de sangue em todos aromas.
Os meus óculos me torturam sempre
Mas mesmo assim só com eles enxergo.
A mesma lei do Cão é a lei do Gato.
Não fui mais passear em Copacabana
Desde o tempo de alguns lírios negros.
Quero beber a água gelada dos vulcões.
Só escolho todas maiores dificuldades
E a vida é a maior de todas que existem.
Posso me esconder de quase tudo que há
Mas esconder-me de mim é impossível.
Meu reino por um cavalo-marinho agora.
O costume do cachimbo entorta os olhos
Em paradas em que faltam os participantes.
Nas minhas veias corre sangue cor de laranja...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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