Decoro letras impossíveis
Como quem come um pão velho
apanhado neste lixo...
Me dou ao luxo de pensar
Mesmo que seja de forma torta
sobre porra alguma...
Mostro o dedo do meio
Para a sombra do que eu era
como se isso adiantasse...
Quebro a pedra com socos
Sem me importar com ferimentos
esta carne nunca foi minha...
Os pombos não arrulham
Falam em sotaque quase inglês
com pitadas de internet...
Qualquer arte pode ser uma
Mesmo tirar melecas do nariz
de um jeito mais especial...
Eu sou a única testemunha
De mais um crime que não cometi
desde a última noite passada...
É mais um gato consumado
Que a piedade esconde suas cartas
até que caiam todas no chão...
A motocicleta derrapou na pista
Feita entre fileiras de brancas nuvens
feitas com colares de contas...
Dezembros são apenas mais
Um dos janeiros que possuem preguiça
mas mesmo assim chegam...
O carpete cobre ali na frente
Enquanto pássaros azuis ciscam
numa placidez inexistente...
Quando perguntam o enigma
Eu apenas olho pra o outro lado
e simplesmente respondo: nada...
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