segunda-feira, 6 de maio de 2024

Carliniana XLII (Não Na Piscina)

Psitacídeos em flores

E eu morri junto...

Em eras passadas, 

meu senhor, em eras...

Talvez esquecêssemos

de usar nossos dedos

Para tais tarefas...

Almíscar selvagem

agora domesticado...

Tangos e castanholas

talvez sejam motivos

para nossa traquinagem...

Bombom é o rei

de todas as madrugadas...

O que não existe

é o mais que real...

São tantas bruxas

para poucas fogueiras

deste novo fast-food...

Chafarizes secos

agora são a moda...

Os diminutivos agora

são apenas o máximo...

Tenho sérios motivos

para gargalhar solene

em dias chuvosos...

Feri meu dedo

por querer espinhos...

Esqueci minhas asas

no velho baú...

Meus ossos chacoalham

avisando ternamente

a hora do almoço...

O javali tristemente

não estava mais ali...

Minha imaginação 

sempre me prega peças...

Minha poesia

é mais que raiva

é tentativa desesperada...

Fotografias estranhas

como velhos cigarros...

Asas quebradas

ainda podem fazer voar...

Não pule direto na piscina

a água pode queimar

como qualquer fogo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...