Psitacídeos em flores
E eu morri junto...
Em eras passadas,
meu senhor, em eras...
Talvez esquecêssemos
de usar nossos dedos
Para tais tarefas...
Almíscar selvagem
agora domesticado...
Tangos e castanholas
talvez sejam motivos
para nossa traquinagem...
Bombom é o rei
de todas as madrugadas...
O que não existe
é o mais que real...
São tantas bruxas
para poucas fogueiras
deste novo fast-food...
Chafarizes secos
agora são a moda...
Os diminutivos agora
são apenas o máximo...
Tenho sérios motivos
para gargalhar solene
em dias chuvosos...
Feri meu dedo
por querer espinhos...
Esqueci minhas asas
no velho baú...
Meus ossos chacoalham
avisando ternamente
a hora do almoço...
O javali tristemente
não estava mais ali...
Minha imaginação
sempre me prega peças...
Minha poesia
é mais que raiva
é tentativa desesperada...
Fotografias estranhas
como velhos cigarros...
Asas quebradas
ainda podem fazer voar...
Não pule direto na piscina
a água pode queimar
como qualquer fogo...
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