segunda-feira, 27 de maio de 2024

Carliniana XLVII (A Luta Eterna Entre O Efêmero e O Passageiro)

Que comece a luta, senhores, comece a luta!

Em mãos cheias de pó, eis nossos sonhos,

Escorrendo entre os dedos, escorrendo,

Como quem tenta segurar a fumaça e ela foge...

Onde eles foram parar? Nunca sabemos...


Que comece a luta, senhores, comece a luta!

Tentamos evitar nossa inevitável morte, tentamos,

Mas ela é apenas a consumação que o tempo

Acaba trazendo para nós, para todos nós,

Que fique apenas as lembranças, doces ou não...


Que comece a luta, senhores, comece a luta!

Todas as cartas estão marcadas, todas elas,

Mesmo quem ganhou acabou perdendo, perdeu,

Cada desejo depois de satisfeito, passa logo,

Como a graça de todo brinquedo novo, novidade...


Que comece a luta, senhores, comece a luta!

O abismo está pronto, está nos esperando,

Ele tem pressa, mas sua paciência é bem grande,

Quem irá finalmente ganhar essa luta?

Todos dois lutaram acabaram beijando a lona...


Que termine a luta, senhores, empate...

 

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