Consegue enfim dançar
Não me importam ruas vazias
Que ninguém esteja vendo
Ou se quem vê se importa
Minha alegria é doença incurável
Resistiu à tudo que fizeram
Para que ela passasse...
...............................................................................................................
Taquicardia? Foi o que senti!
Quando vi que nem o passado
Conseguiu matar o que foi bom...
Nada enfim acaba passando
O que está feito assim está...
E aquela ternura de tardes chuvosas
Ainda continua rindo e chorando
Tudo de uma vez só...
Taquicardia? Foi o que aconteceu...
...............................................................................................................
Cavalos imaginários percorrem terras...
Eu me seguro em suas crinas
Para que não possa cair...
Tomo carona das asas do vento...
Como quem segura em pássaros
Para ir o mais longe que puder...
Não me esperem em hora alguma...
Todas as partidas são inevitáveis...
...............................................................................................................
Eis a teimosia dos nossos dias:
Nem sempre o que se sente
Pode ser arremessado feito pedra
Só os poetas conseguem
Consegue compartilhar bem e mal
Só os poetas ferem as almas
Com a mesma intensidade
Da ferida que lhes foi causada
Só os poetas conseguem...
...............................................................................................................
As manhãs correm muito mais...
Você sabe por que?
Elas acabaram de acordar,
Mesmo que meio sonolentas ainda
Entusiasmam-se com o sol
E saem andando por aí pelo mundo...
As tardes não, são meio preguiçosas,
O que tinha para ser feito
As manhãs já acabaram de fazer...
Depois as noites vem vindo...
Com seu cansaço costumeiro,
Filho de algumas decepções,
Mesmo que ainda tentem se alegrar...
E as madrugadas? Ah, as madrugadas,
Essas sim, são mais teimosas,
Esperam para ressuscitarem os dias...
...............................................................................................................
Toda paixão é um tiro que acerta a vítima...
É um dardo que vai bem certeiro ao alvo...
Um espinho que acaba ferindo o dedo...
O inevitável que queríamos poder evitar...
Mas, afinal, não somos nada diante
Desse monstro que emerge do abismo...
...............................................................................................................
Cenas desfilam ante meus olhos
Algumas boas, outras nem tanto
Mas todas elas dignas de lembrar
Cada pedaço, cada fragmento
Cartas que não chegaram ao destinatário
Horários que se atrasaram
Planos que acabaram dando errado
Carnavais que foram embora
E um auto rodando eterno
Em todas as mais frias ruas...
...............................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário