segunda-feira, 27 de maio de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 266


Danço que nem só um louco

Consegue enfim dançar

Não me importam ruas vazias

Que ninguém esteja vendo

Ou se quem vê se importa

Minha alegria é doença incurável

Resistiu à tudo que fizeram

Para que ela passasse...


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Taquicardia? Foi o que senti!

Quando vi que nem o passado

Conseguiu matar o que foi bom...

Nada enfim acaba passando

O que está feito assim está...

E aquela ternura de tardes chuvosas

Ainda continua rindo e chorando

Tudo de uma vez só...

Taquicardia? Foi o que aconteceu...


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Cavalos imaginários percorrem terras...

Eu me seguro em suas crinas

Para que não possa cair...

Tomo carona das asas do vento...

Como quem segura em pássaros

Para ir o mais longe que puder...

Não me esperem em hora alguma...

Todas as partidas são inevitáveis...


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Eis a teimosia dos nossos dias:

Nem sempre o que se sente

Pode ser arremessado feito pedra

Só os poetas conseguem

Consegue compartilhar bem e mal

Só os poetas ferem as almas

Com a mesma intensidade

Da ferida que lhes foi causada

Só os poetas conseguem...


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As manhãs correm muito mais...

Você sabe por que?

Elas acabaram de acordar,

Mesmo que meio sonolentas ainda

Entusiasmam-se com o sol

E saem andando por aí pelo mundo...

As tardes não, são meio preguiçosas,

O que tinha para ser feito

As manhãs já acabaram de fazer...

Depois as noites vem vindo...

Com seu cansaço costumeiro,

Filho de algumas decepções,

Mesmo que ainda tentem se alegrar...

E as madrugadas? Ah, as madrugadas,

Essas sim, são mais teimosas,

Esperam para ressuscitarem os dias...


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Toda paixão é um tiro que acerta a vítima...

É um dardo que vai bem certeiro ao alvo...

Um espinho que acaba ferindo o dedo...

O inevitável que queríamos poder evitar...

Mas, afinal, não somos nada diante

Desse monstro que emerge do abismo...


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Cenas desfilam ante meus olhos

Algumas boas, outras nem tanto

Mas todas elas dignas de lembrar

Cada pedaço, cada fragmento

Cartas que não chegaram ao destinatário

Horários que se atrasaram

Planos que acabaram dando errado

Carnavais que foram embora

E um auto rodando eterno

Em todas as mais frias ruas...


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