quinta-feira, 16 de maio de 2024

Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo

dentro desse calabouço de falsas ilusões

Nada é mais absurdo do que se enganar

com falsas e amenas soluções

Uma trança vai me enforcando

sabe-se lá até quando...


Beber deste meu último e derradeiro trago

e deitar e voltar para o outro lado até dormir

Para a noite passar desapercebida em branco

até que eu sinta que não estou mais ali

E quando perceber esse abismo

é porque nele eu já cai...


Uma trama imperceptível feito uma teia

que uma simples aranha me espera

E todo sangue seja sugado desta veia

e me devore feito uma quimera

E me livre logo desta cadeia

como quem traz outra primavera...

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