Quando comer é preocupação
Quando a resposta da prova é não
Quando a vida é uma trapaça
E viver apenas uma pirraça
Um trauma, um drama, trama malfeita
Que não pede recusa ou se será aceita...
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Acabei de sofrer uma vertigem
Tropecei num grão de areia...
Estava quase me sufocando
Tinha ar aonde eu estava...
Tive uma visão mais medonha
Meu sorriso sem motivo refletido...
Não parei de perguntar:
Que eu sou? Onde estou? Por que vim?
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As moedas que o cego
implorava e nunca viu...
A ilusão que o louco teve
mas que não existiram...
O amor que o amante
somente viu partir...
As nuvens que brincavam
até caírem pelos chãos...
Os sóis que se apagaram
feito lâmpadas queimadas...
Isso simplesmente
chamam apenas de vida...
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Eu a gostaria
Como quem segura nuvens
A fumaça caiu dos céus
A pedra afundou n'água
Seu rosto é marca registrada
Nunca mais fui o mesmo do mesmo
Devorei todas as madrugadas
Minha invenção é a mais antiga
Eu a gostaria
Como quem abriu a gaiola...
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Cena de cinema
Cena de poema
O canto da noite
É meu silêncio
Pintura trágica
Pintura mágica
Rimos e muito
Mesmo sem saber...
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Modo de usar:
Tire seus sonhos da embalagem
E deposite o conteúdo numa tigela
Com as mãos colha umas flores
Acrescente umas pitadas de sonho
E mexa tudo muito bem
Com açúcar à gosto
Unte uma forma com carinho
E coloque em forno brando
Por toda eternidade possível
Sirva acompanhado de contentamento
Rende infinitas porções...
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A esperança tudo espera
A calma sempre se acalma
A ternura é sempre terna
Só o amor e somente ele
Consegue unir os opostos
E até matar enquanto
Dá vida ao mesmo tempo.
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