sábado, 25 de maio de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 265

Quero tanta poesia

Que encha os rios

Abarrote os mares

Desfaça as nuvens!

Quero tanta poesia

Que ocupe os pássaros

As flores se pintem

Quase faltem palavras!

Quero tanta poesia...


..............................................................................................................


Menino me devolva o vento

Minha pipa não alcança os céus

Deixa de esconder o brinquedo

Eu também quero me divertir

Faça meu ânimo voltar

Falta conhecer muitos lugares

Mesmo que o tempo esteja

Acabando nessa velha agenda

Ainda tenho o que fazer e não fiz...


..............................................................................................................


Fiquem calmos, meus mortos

Não se preocupem com esquecimento

Eu não preciso memorizar suas lápides

Não preciso guardar datas de vindas e idas

Minha memória é bem uma outra

Hei de lembrar sempre de suas passagens

Nem o tom de suas vozes eu me esqueci

Se nos encontramos um dia nem eu sei

Mas o mesmo carinho que tive continua

Carinho esse que nem sei se terei ao partir...


..............................................................................................................


A vida é quadro-negro

(Um quadro-verde?)

(Um quadro azul-marinho?)

Alguém vai escrever nele

O mesmo ou outro apagará...

A vida um rio que corre

(Grande ou pequeno?)

(Limpo ou sujo?)

Mas todos irão correndo

Para o mesmo lugar...


...............................................................................................................


Não consigo escutar cor nenhuma...

E a minha matemática fica estranha

Contando segundos feito pedinte...

E a minha lógica acaba profana

Rindo do que não achei graça...

E as fábulas contam realidades

Como apenas mais um desesperado...

E o meu instinto de sobrevivência

Acaba procurando abismos novos...

Não consigo ver som nenhum...


...............................................................................................................


Célebre desconhecido

sem um verso lido sequer...

Máximo incompreendido

minhas razões morreram...

Pensador barato

morro em cada rua...

Pedestre sem tino algum

atravesso a minha vida...

Como será meu amanhã

se nem o hoje posso ver?


...............................................................................................................


Pássaro não...

Pássaros voam quando querem

Eu só consigo isso quando sonho...

Maré não...

Marés se sucedem pelos dias

Eu só quando a paixão me atinge...

Ventania não...

Os ventos varrem folhas de saudade

E eu só consigo guardá-las...

Choro não...

Minhas lágrimas são velhas conhecidas

Deste rosto envelhecido de sempre...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Até Lá...

Até lá nada haverá... Talvez um solo da orquestra sanfônica Ou ainda o aparelho nos dentes de Mônica Ou aquele seu penteado de tranças pra c...