Enquanto um, sou dois...
Companheiro de minha solidão
Ando falando comigo mesmo
Em todas as ruas do mundo...
Enquanto um, sou dois...
Testemunha ocular de meu crime
Sou o único que pode me perdoar
Em todos esses tais delitos...
Enquanto um, sou dois...
Penso quase que escondido
Pois sei que estão me matando
Enquanto meu tempo é engolido...
Enquanto um, sou dois...
Tento parecer com o rebanho
Mas isso pouco me adianta
Pois sou um único universo...
Enquanto um, sou dois...
Faço um par quase perfeito
Bem e mal com braços dados
Eis porque tudo é dança...
Enquanto um, sou dois...
Quando a morte assim chegar
Faremos sim um novo par
De uma dança mais eterna...
Enquanto um, sou dois,..
(Extraído do livro "Águas de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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