Eis a barata em seu voo desesperado
Esperando um predador à sua altura
Mínimos detalhes...
Ela passa a rosa em meu pênis ereto
Enquanto tento me lembrar esquecido
De um passado tinto de tempestades
Agudos tiros...
Eu sou o pajé em penas verde-esmeralda
Bebendo seu uísque escocês com cauim
Em um carnaval da década de sessenta
Eternos restos...
Na minha mão direita possuo cinco dedos
Na mão esquerda possuo mais outros cinco
E todos ele agora apontam somente o nada
Tarefa diária...
A banda passa sem os devidos instrumentos
Carrossel quebrado com suas muitas crianças
Enquanto como borboletas no café da manhã
Esperança louca...
Bravamente o herói foi apenas mais o covarde
Nessa confusão de todas estas ruas citadinas
Não conhecemos mais a paz que nunca tivemos
Baticum ensurdecedor...
São tantas siglas para significar o mesmo equívoco
Num gesto repentino todo o enredo até já começou
Invisíveis chicotes estalam em nossas pobres costas
Náusea esclarecedora...
Os piratas chegaram quase agora naquele moto-táxi
Tudo quase foi envelhecido pelo mais simples triz
Há pelos de gato espalhados por sobre todos os móveis
Palhaço tropeçante...
Eis a mosca voando para satisfazer o libido da aranha
A teia a mais aérea de todas essas catacumbas que há
Máximos detalhes...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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