terça-feira, 7 de março de 2023

Não Compreendo (Poema da Pós-Rosa)

Os meus gritos levaram-me para longe de mim,

Eu, pós-rosa, de algum lugar desconhecido

Que pode ser bem logo ali em um beco...

O meu olhar está falecido desde séculos

E mais nada pode me impedir

De morrer mais uma vez novamente...

O álcool sobe à cabeça quase sempre

Eu, pós-rosa, de algum lugar sujeira

Que pode ser logo ali em qualquer monturo ...

Os meus pés se equilibram na calçada

Esperando qualquer tombo

Para que lá permaneça de vez...

Trago em mim toda maldade do mundo

Eu, pós-rosa, dona de tantos vícios

Como um abutre espero tua carne...

Nada é, tudo foi ou tudo será

Meus protestos na praça não adiantam

Procuro uma nova caverna que me abrigue...

Traga-me logo qualquer um céu

Eu, pós-rosa, sordidez em pessoa

Como qualquer um poderá ser...

Vou engolir tua boca mal pintada,

Rasgar tuas carnes com as unhas sujas,

 Cuspir de nojo e desejo conjuntamente...

Façamos com dois estranhos que somos,

Eu, pós-rosa, está tudo quase morto,

Agora não sei quem primeiro irá embora...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...