Misturo todas as palavras
Como quem mistur'as folhas caídas
Vórtices de sonhos caídos no chão
pois não...?
Uso minhas mãos paralisadas
Para todos os fragmentos
Pequenos pingentes in'existentes
pois não...?
Grito pelas manhãs caladas
Acordando cães sonolentos
Do último sono que ainda falta
pois não...?
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Falsas palmas ecoando...
Sorrisos estratégicos...
De um povo desencontrado...
A noite se aproxima...
Corpo cairá no chão...
O ator errou sua fala...
Eis seu novo mérito...
Tudo agora é apenas banal...
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Não vim de lugar algum...
Estrela nenhuma conhece minha origem...
Nuvem alguma presenciou meu nascimento...
Nenhum suspiro apaixonado me deu vida...
Não fui efeito de algum sonho desperto...
Não pulei de um verso e caí no chão...
Nem todas as ruas da cidade me conhecem...
Não provei todas as bocas existentes...
Não naveguei em todas as águas...
E irei apenas em uma direção...
Não vim de lugar algum...
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A tela já não é mais minha
Talvez nunca tenha sido
Apenas estava enganado...
Nenhuma cor contida lá
Foi por mim conhecida
Apenas estava enganado...
As palmas não serão para mim
As vaias é que logo virão
Apenas estava enganado...
Eu pensei até que existia
E que os sonhos eram meus
Apenas estava enganado...
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Rebentô caiu no chão
Quebrô num tem conserto
Que nem o aperto
Aqui no coração...
Chegô agora atrasado
Ou chegô muito cedo?
Tenho tanto amadrugado
Com muito medo...
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Vento vem,
vento sem nome,
sem documento,
só lenço acenando turvos dias
quase inteiros,
vento miúdo tamanho de todos,
boneco e bonecos de Olinda,
vento recado,
sem esperança ou com,
vento meu sem dono,
vento vem...
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Asas pesadas de chumbo e vidro,
Ícaro feito às avessas
sem sol que o mate...
O sol se aposentou,
ele cairá lá de cima
pelos projéteis que riscam os céus...
Asas sintéticas que não sabem voar,
drone malvado sem nuvens
sem sol e sem sal também...
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