terça-feira, 14 de março de 2023

Cálculo Exato


Cálculo exato com margens de erro

Acabou a festa que não existiu

Entradas sem bandeiras para todos

Desde os bardos sem alguns versos

Aos apanhadores-de-sonhos descrentes

A pressa é inimiga do apressado

E o lado do vento pouco se importa

Tiraram-me a sorte que não tinha

Enquanto todas as taras são exclusivas

E estão armadas até os sem-dentes

Na minha opinião não há opinião alguma

Todos são iguais em sua desdita

Modestos furacões estão ruborizados

Toda nudez agora será aplaudida

Mesmo certas proibições são permitidas

A baby lonest no meio da multidão

As feras acabaram de arrumar a mesa

E os corvos descansam sobre as lápides

É a sua disputa com todos os gatos

Há varias maneiras para se morrer

 mais comum é permanecer vivo

Mesmo que isso não valha coisa alguma

Só os átomos não ficam cansados nunca

As moléculas sempre acabam protestando

Os gnomos trouxeram agora seus flautins

E trocados no bolso para eventualidades

De tanto girar acabamos ficando tontos

Mesmo quando não pareça que estamos

Velhas saias rodadas para o baile morto

E algumas cadeiras em calçadas já não mais

Um copo de água gelada para todas as horas

E um trago no cigarro antes apagados

Em dias de batalha tudo pode assim valer

Mesmo margaridas com semblante enlutado

Ou rosas desprovidas de algum bom senso

O senhor marechal me deu boas-vindas

Com seu bigode francês e ares de mosca

Nem todas possuem telas em algumas delas

Cálculo exato com margens de berro...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...