Cálculo exato com margens de erro
Acabou a festa que não existiu
Entradas sem bandeiras para todos
Desde os bardos sem alguns versos
Aos apanhadores-de-sonhos descrentes
A pressa é inimiga do apressado
E o lado do vento pouco se importa
Tiraram-me a sorte que não tinha
Enquanto todas as taras são exclusivas
E estão armadas até os sem-dentes
Na minha opinião não há opinião alguma
Todos são iguais em sua desdita
Modestos furacões estão ruborizados
Toda nudez agora será aplaudida
Mesmo certas proibições são permitidas
A baby lonest no meio da multidão
As feras acabaram de arrumar a mesa
E os corvos descansam sobre as lápides
É a sua disputa com todos os gatos
Há varias maneiras para se morrer
A mais comum é permanecer vivo
Mesmo que isso não valha coisa alguma
Só os átomos não ficam cansados nunca
As moléculas sempre acabam protestando
Os gnomos trouxeram agora seus flautins
E trocados no bolso para eventualidades
De tanto girar acabamos ficando tontos
Mesmo quando não pareça que estamos
Velhas saias rodadas para o baile morto
E algumas cadeiras em calçadas já não mais
Um copo de água gelada para todas as horas
E um trago no cigarro antes apagados
Em dias de batalha tudo pode assim valer
Mesmo margaridas com semblante enlutado
Ou rosas desprovidas de algum bom senso
O senhor marechal me deu boas-vindas
Com seu bigode francês e ares de mosca
Nem todas possuem telas em algumas delas
Cálculo exato com margens de berro...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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