A careta disforme na sala de parto
continua rindo em seu choro...
Um dia, dois dias, um século, tanto faz,
para tristezas e feios adjetivos
Que chegam sem pedir licença...
Façamos caretas ante o espelho...
Eis o nosso consolo!
Não repare em suas cáries
Elas são visitas que acabarão
por fazer uma bagunça em sua casa...
Não me lembro qual foi
aquele primeiro palavrão que disse
mas acabaram me ajudando...
Eu fui o estouro da bomba
que queimou meu dedo...
Não deveria ter roubado o primeiro beijo
que agora não sei qual foi...
E nem buscado prazer no velho banheiro
porque me perseguiria sempre...
Velhas revistas e figuras velhas
de quem agora morto já está...
O primeiro trago num canto
e o primeiro gole no outro...
O permitido e o proibido
acabam formando um par...
A raiva em alguns versos...
O caminho de abandonadas ruas...
A morte em cada uma delas...
Quantos adeuses forçados...
Móveis e brinquedos quebrados...
Em que casa estará o coelho?
Não sei... Mas eu estou aqui...
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