domingo, 26 de março de 2023

De Noite Todos Os Gatos São Tardos

 


O Diabo nunca mais baterá as botas...

O tiro foi mais certo do que a incerteza...

Amorenou-se o azul de certos brancos...

Nem sempre pedir pode dar certo...

Elevei meus olhos para poder ver o chão...

É apenas um milagre todos os dias...

Espero com toda calma mais um trauma...

Pandeiros e queijos com tudo em comum...

Nem sempre esperar demora tanto...

Meu boné está cheio de alguns espinhos...

Inventei um novo idioma para tardes frias...

Peitos grandes para bundas pequenas...

O tempo dura até que ele se acabe...

Batizados de vacas não dão mais certo...

Louças quebradas por preços inteiros...

Um pernil será sempre aquele pernil...

Energéticos e guaribas são para todos...

Acabou toda a gasolina do meu velocípede...

Frases curtas podem ser longas demais...

Nunca faça perguntas para um desesperado...

Bocejos para um insone é lugar-comum...

Mais um café para cortar nosso desespero...

A antiguidade de minhas certas canções...

Quando deixaremos de ater a certos sofismas?

Tocar em feridas, um brinquedo custoso...

Todas as telhas têm seus próprios erros...

Blocos de anotações com seus pormenores...

Eu me emociono sem determinadas emoções...

Chorar pode ser até uma forma de lazer...

Concretistas com razões mais subjetivas...

O rei acabou de almoçar seus milhões...

Cabeças são pisadas todos os instantes...

A quartas agora cairão nos domingos...

Cigarros eletrônicos para os nossos robôs...

Narciso come agora cacos de espelhos...

Nunca mais seremos aquilo que nunca fomos...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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