terça-feira, 28 de março de 2023

Qual Absinto

 

Beba do meu corpo enquanto puder,

enquanto houver algum líquido,

enquanto os meus ossos ainda deixarem...

Amanhã pode ser tarde demais,

passearei como poeira incontáveis terras,

não terei tempo de falar algum vocábulo...


Beba do meu corpo enquanto quiser,

antes que venha satisfação e nojo,

enquanto as carnes não se apodrecerem...

Amanhã pode nem mais existir,

descansarei todo esse meu agora cansaço,

cansado de sonhar e nada mais do que isso...


Beba do meu corpo enquanto existo,

antes que a morte venha me brincar,

mortos só se levantam nos filmes americanos...

Amanhã só pode ser apenas um detalhe,

um cisco que caiu no olho sem notarmos

e que fez apenas mais um lágrima rolar...


Beba do meu corpo enquanto puder,

antes que o absinto da minha tristeza te faça dormir...

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