Nada é,
Tudo era...
Flexionamos tudo erradamente
O momento chega e tão-somente
Antes de vermos já foi embora
Tudo não possui o riso agora...
Nada tem,
Tudo tinha...
Não adianta fazer algum alvoroço
O sonho é apenas um vão esforço
As gotas do soro caem lentamente
Todo igual fica diferente...
Nada posso,
Tudo podia...
Quando eu estava há pouco tempo aqui
Desconhecendo as tristezas que já vivi
Tudo agora é cinza e dessa mesma cor
Será feito uma colcha de retalhos de dor
Nada quero,
Tudo queria...
Frases feitas não darão em nada
Gestos ensaiados são apenas piada
Chega de ter o que resta todo perdido
Escrevendo versos sem algum sentido
Nada voou,
Tudo voava...
A queda nem sempre é o que há de pior
Anular-se pode causar uma ferida maior
Pedras não são quebradas com socos
Hospício sem médicos, apenas loucos
Nada espero,
Tudo esperei...
As feridas insistem de ser no mesmo lugar
São semelhantes os opostos - amar e desamar
É só mudar uma só letra e aí estão temporais
Vivemos cometendo meros erros flexionais...
Nada é,
Tudo era...
Nenhum comentário:
Postar um comentário