quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 212

Aos sós - a solidão,

ferida sem tamanho exato,

deserto ou multidão...


Aos sós - o desespero,

um desespero que não fala,

que tortura com esmero...


Aos sós - a morte viva,

que chega de mansinho

e desse banquete é conviva...


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Não sei quando amei pela primeira vez,

acabamos esquecendo de coisas antigas,

deve ter sido num dia destes perdido...

Há até outras coisas mais antigas

que surpreendentemente me lembro...

Deve ser que essas doeram bem menos...


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Não sou desse tempo líquido

onde as pessoas perdem a vida

atrás de efemeridades 

que se suicidarão fatalmente...

Meu tempo é outro...

É um tempo que tem tempo

Para alguns sonhos

e até algumas impossibilidades...


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Deixa a porta aberta pra eu entrar

Não sei se venho daqui ou de lá

Se voei pelos mais altos ares

Ou me embriaguei pelos bares

Se falei besteiras sem sentido

Ou chorei quando deveria ter rido

Enfeita teu cabelo com aquela flor

E não estranhe - esse é meu amor...


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Quero lugares- comuns

Não me importo com mais nada

O tempo correu e eu

Não tenho mais tempo algum

Para assumir outros compromissos

Quero sentir cada pétala macia de flor

E a vida que as folhas possuem 

Antes de uma por uma morrer...


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Todo verso é teimoso

Traz um mundo dentro de si

Um universo que não consegue

Ir na esquina ver novidades...

Todo verso é egoísta

Quer dentro dele todas as cores

Quer pintar todas as paredes

E gravar corações nas árvores...


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Sento-me comodamente em meu túmulo

Vestindo minha mortalha da moda

Enquanto escuto a notícia do meu falecimento...

Eu morro em cada momento

Com as notícias do mundo...


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