Aos sós - a solidão,
ferida sem tamanho exato,
deserto ou multidão...
Aos sós - o desespero,
um desespero que não fala,
que tortura com esmero...
Aos sós - a morte viva,
que chega de mansinho
e desse banquete é conviva...
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Não sei quando amei pela primeira vez,
acabamos esquecendo de coisas antigas,
deve ter sido num dia destes perdido...
Há até outras coisas mais antigas
que surpreendentemente me lembro...
Deve ser que essas doeram bem menos...
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Não sou desse tempo líquido
onde as pessoas perdem a vida
atrás de efemeridades
que se suicidarão fatalmente...
Meu tempo é outro...
É um tempo que tem tempo
Para alguns sonhos
e até algumas impossibilidades...
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Deixa a porta aberta pra eu entrar
Não sei se venho daqui ou de lá
Se voei pelos mais altos ares
Ou me embriaguei pelos bares
Se falei besteiras sem sentido
Ou chorei quando deveria ter rido
Enfeita teu cabelo com aquela flor
E não estranhe - esse é meu amor...
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Quero lugares- comuns
Não me importo com mais nada
O tempo correu e eu
Não tenho mais tempo algum
Para assumir outros compromissos
Quero sentir cada pétala macia de flor
E a vida que as folhas possuem
Antes de uma por uma morrer...
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Todo verso é teimoso
Traz um mundo dentro de si
Um universo que não consegue
Ir na esquina ver novidades...
Todo verso é egoísta
Quer dentro dele todas as cores
Quer pintar todas as paredes
E gravar corações nas árvores...
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Sento-me comodamente em meu túmulo
Vestindo minha mortalha da moda
Enquanto escuto a notícia do meu falecimento...
Eu morro em cada momento
Com as notícias do mundo...
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