sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 211

 

Estrelas tímidas

Que acabam nunca falando

O silêncio dos céus

São infinitos gritos

Mais do que imaginamos...

Estrelas de tamanho sem fim

Desenham por todo espaço

São grandes passarinhos

Que nos olham lá de cima

E vivem cochichando sempre,,,


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Perdi meu dinheiro 

Perdi a razão

Perdi a matéria

Transcendental não

Perdi o arroz

Perdi o feijão

Perdi o rumo

Acabei perdendo o pão

Perdi o meu sim

Perdi o meu não

Sou apenas mais um

Infeliz cidadão...


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Homem cortado ao meio,

Não homem-pedaço,

Mas meio-homem sim...

Abaixe a cabeça ao dinheiro,

Acredite nas mentiras capitais,

Se impressione com o mesmismo

De antigas e rotineiras "novidades"...

Espere a sua morte no sofá,

Sem fazer nada, andar nada,

Apenas se lamentando

Que a vida passou e ninguém viu,

Muito menos você...


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Num tempo que o tempo era tempo

Não sabíamos de quase nada...

De algodão eram feitas as nuvens

(seriam de algodão doce?)

Existiam varinhas de condão

enquanto mágicas e milagres aconteciam...

Todo mundo era bom

(até quem nos assustava)...

Num tempo que o tempo era tempo

Eu nem pensava na morte...


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Estou no meio...

No meio de um vulcão que eclode

e mal noto o seu calor...

No meio de um tiroteio

e as balas são apenas mosquitos....

No meio de uma explosão de estrelas

e o pó delas é apenas purpurina...

No meio de um jardim feito de sonhos

e mesmo assim espinhos me ferem...

Estou no meio...


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Peguei um copo d'água

e engoli meu lirismo...

Sua presença não incomodará

mais ninguém nem eu mesmo...

Fiz dele um simples comprimido...

Não ocupará espaço...

Chegará ao estômago

e finalmente, morará em minhas veias

até que me envenene de uma vez....


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Estou sentindo um cheiro de céu...

Não sei se a chuva que vem chegando

Para compor outro buquê de terra molhada

Que quase me faz sentir alegre...

Não sei se é apenas o vento amigo

Que vem trazendo alguma boa notícia

Como já não tenho faz tanto tempo...

Não sei se é cheiro de circo,

Se é cheiro do parque, dos cinemas

Ou das festas de igreja que eu ia...

Das férias de fim de ano

Ou de velhos carnavais que não voltarão...

Só sei que estou sentindo um cheiro de céu...


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