quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 210

Quintas com gosto de quintas

Assim como toda semana

Novidades mais banais

A surpresa é o prato do dia

Hoje é a vida

Hoje é a morte também

Decepções à granel

Como Bandeira um dia falou

Vamos tocar um tango argentino...


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Sou mais um idiota na fila

Achando que sei alguma coisa

Mas sou apenas um enganado...

As flores estão à venda no mercado

As estrelas estão impassíveis

Todos estão olhando para o lado

O choro não convém para as pessoas...


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Um passo, dois passos, 

Tudo feito numa incerta noite

Como muitas por aí...

Os jardins são atacados,

Todos os soldados são malvados...

Todos os passarinhos perdem as asas,

Acabaram-se todos os voares...

Um passo, dois passos,

Na noite incerta da morte...


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Leve como plumas não existentes

são nossos sonhos latentes

dormindo sob cinzas apagadas...

Os rios com suas vertentes

lembram-me de tantos ausentes

que se transformaram em nadas...


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Eu hei de dançar sob pedras

descansar sob elas

não como quem está

sob uma caverna...

Ainda há muito o que fazer

depois farei mais coisas...

Descansarei sob o silêncio

de todos os jardins do mundo...

Todos eles são silenciosos...


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Fábulas modernas acontecem

quando damos razão aos que não possuem

Quaisquer palavras são parecidas

desde que nos tirem o trabalho de pensar

Há bem mais sob os montes de lixo

do que aquilo que nós imaginamos

Somos mansos cordeiros que mordem

e cada um briga pelo seu bom pedaço

Vamos logo olhar a nova bunda da semana?


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O meu tiro acertou em mim

é o meu fim

O meu tiro acertou no próximo

não foi nada...

Eu dei perdão para meus erros

eu sou perdoável

Alguém acabou de fazer errado

cortem sua cabeça...

O meu amor deve ser respeitado

mesmo não amando...

O coração alheio pode ser ferido

isso é o de menos...

Quem é o próximo? Quem é?...


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