segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 208

Sujas estrelas

    de poeira azul

Caminham por um céu

    onde beija-flores

e algumas borboletas sentimentais

fazem um coro...


Alto-falantes são rouxinóis,

    são rouxinóis, são, são...!


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A casa cai

O tempo vai...

O que sobrará para nós?

Apenas a voz...

A voz enfraquecida?

Eis o que sobrou da vida...


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Eu duvido de quase tudo

Da volta da paz qualquer dia

De novos sóis menos malvados

De outros sorrisos que brotarão

De brincadeiras pra nos distrair

De que os pássaros lembrarão de mim

De que as flores me serão generosas

De que algum gato roçará minhas pernas

E de que um cão lamberá minhas mãos

Eu duvido de quase tudo

Menos dessa teimosa esperança

Que não passa um dia sem me castigar...


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Me confundo com todo mundo

Em querer o que não preciso

Me confundo com todo mundo

E me machuco sem um aviso

Me confundo com todo mundo

Quando perco até meu siso

Me confundo com todo mundo...


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Abissais

Abidoces

Talvez algum perfume nos salve

Ou ainda que não

Nos console...

A arte acabou caindo de fome

Várias dores de cabeça

Sem analgésicos

Para salvá-la...

Um dia chegarei lá

E não perdoarei

Nem meus desencantos...


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Está esquecido

quem é ou quem era

Só meus passos 

poderão acompanhar-me

Antigas lanternas

não mais funcionam

E tudo que já vi

há muito morreu

Nem mais sombra

eu sou ou serei

Quero bailar agora

por toda eternidade

Embalado docemente

por alguns enigmas

que não me matem mais...


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Estático

e ainda assim vivente

Tolo

e ainda assim pensante

Rindo

e ainda assim de luto

Feroz

e ainda assim tão manso

Amando

e ainda assim malícia

Tudo e nada

todo o tempo todo...


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