sábado, 5 de novembro de 2022

Cavalo Entre Os Dentes


Chuva fina que gela a alma

mesmo assim me leve à todos os cantos possíveis

muito tempo assim preso na jaula

faz minha fera ficar mais raivosa...

Onda má que derruba meu corpo

mesmo engolindo todo sal que há no oceano

a morte não chegará nem perto

pois minha tristeza é pior que ela...

Medo que faz parar meu sangue

mesmo assim caminharei pela escuridão

já perdi toda a minha integral sanidade

e todos os loucos gostam muito de perigos...

Tempo que rasga toda a minha roupa

mesmo assim a nudez não me incomoda

sou apenas uma criança que dá berros

arrancaram o brinquedo das mãos e quebraram...

Asas que agora estão assim defeituosas

mesmo assim é o que tenho no momento

para ir tranquilo sem olhar para os lados

pular no abismo que está depois da esquina...

Vida que nunca teve piedade de mim

mesmo assim não reclamo de tanta coisa

porque assim como falavam os antigos:

cavalo dado não se olham os dentes...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...