domingo, 17 de julho de 2022

Estático

 


A pedra em sublime imobilidade,

A forma com sua morta tranquilidade,

É o céu que desce para o balão,

Nós que trememos, não é o chão,

Todos nós, somente estamos parados,

Tiros chegam, chegam de todos os lados,

O rosto, a mesma e velha expressão,

Eis a vida que só nos diz um não,

A criança vende seus chicletes no sinal,

Como tem demorado esse carnaval,

Todo funeral requer toda a atenção,

A lápide dará a mesma explicação,

Estão guardadas as chaves do abismo,

Em velhos tangos há um novo niilismo,

Eu agora evito me olhar no espelho,

Dispensando todo e qualquer conselho.

Amar sempre foi e será a minha paixão,

A morte é vida, nunca foi a extinção,

A menina tira a selfie com caras e bocas,

Na minha mente fixa uma ideia mais louca,

Escutei o trem chegando na estação,

No fundo do prato sobrou mais um grão,

A perna não mexe não mais me obedece,

Depois do final eu talvez recomece,

Eu quero teimar e ter a mesma opinião,

Meu rio agora vai é pela contramão,

Todos nós, somente estamos parados,

Os tiros chegam, chegam de todos os lados,

Meu rosto com a mesma velha expressão,

Estou chorando, a vida só me diz não...

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