A pedra em sublime imobilidade,
A forma com sua morta tranquilidade,
É o céu que desce para o balão,
Nós que trememos, não é o chão,
Todos nós, somente estamos parados,
Tiros chegam, chegam de todos os lados,
O rosto, a mesma e velha expressão,
Eis a vida que só nos diz um não,
A criança vende seus chicletes no sinal,
Como tem demorado esse carnaval,
Todo funeral requer toda a atenção,
A lápide dará a mesma explicação,
Estão guardadas as chaves do abismo,
Em velhos tangos há um novo niilismo,
Eu agora evito me olhar no espelho,
Dispensando todo e qualquer conselho.
Amar sempre foi e será a minha paixão,
A morte é vida, nunca foi a extinção,
A menina tira a selfie com caras e bocas,
Na minha mente fixa uma ideia mais louca,
Escutei o trem chegando na estação,
No fundo do prato sobrou mais um grão,
A perna não mexe não mais me obedece,
Depois do final eu talvez recomece,
Eu quero teimar e ter a mesma opinião,
Meu rio agora vai é pela contramão,
Todos nós, somente estamos parados,
Os tiros chegam, chegam de todos os lados,
Meu rosto com a mesma velha expressão,
Estou chorando, a vida só me diz não...
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