Como quem enlouquece
Mesmo que para tal feito
Nenhum motivo precisasse...
Eu junto meus medos
Como fosse um paranoico
Que se impregna
Mas nada faz efeito...
Quero engolir esperanças
Mas quando elas chegam
Em minha garganta
Acabam voltando e vomito...
Queria estar errado
Pedir mil desculpas
Mas cada ferida
Acaba tendo seu preço...
Eu me arrisco sob a chuva
Como quem tenta voar
Do alto de um prédio
Mesmo sabendo o risco...
Todas estas palavras
Gravei-as em mim
E não posso mais
Tirá-las de minha alma...
Num eterno carnaval
Tento em vão esconder
Algum amor que tive
E que não deu certo...
Agarrei meus enigmas
Com força pelos cabelos
Como selvagens que somos
Em nossa modernidade...
Eu espero como desesperado
Que a dança da chuva
Pelo menos essa vez funcione
E acaba a seca do coração...
Me diga por favor solidão
Se há algum elixir mágico
Que possa me salvar
De mim mesmo...
O trem ou o barco partirão
E eu não quero ficar
Na estação ou no cais
Com a mesma cara de saudade...
Não há mais o que fazer?
Talvez ainda haja
Mais algum voo para fazer
Sem escolher nuvens...
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