sexta-feira, 8 de julho de 2022

De Saudade O Desespero

Eu danço no meio da rua

Como quem enlouquece

Mesmo que para tal feito

Nenhum motivo precisasse...

Eu junto meus medos

Como fosse um paranoico

Que se impregna 

Mas nada faz efeito...

Quero engolir esperanças

Mas quando elas chegam

Em minha garganta

Acabam voltando e vomito...

Queria estar errado

Pedir mil desculpas

Mas cada ferida

Acaba tendo seu preço...

Eu me arrisco sob a chuva

Como quem tenta voar

Do alto de um prédio

Mesmo sabendo o risco...

Todas estas palavras

Gravei-as em mim

E não posso mais

Tirá-las de minha alma...

Num eterno carnaval

Tento em vão esconder

Algum amor que tive

E que não deu certo...

Agarrei meus enigmas

Com força pelos cabelos

Como selvagens que somos

Em nossa modernidade...

Eu espero como desesperado

Que a dança da chuva

Pelo menos essa vez funcione

E acaba a seca do coração...

Me diga por favor solidão

Se há algum elixir mágico

Que possa me salvar

De mim mesmo...

O trem ou o barco partirão

E eu não quero ficar

Na estação ou no cais

Com a mesma cara de saudade...

Não há mais o que fazer?

Talvez ainda haja

Mais algum voo para fazer

Sem escolher nuvens...






 

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