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Tristeza em gotas homeopáticas...
(Me esforçarei para poder engoli-la...)
Eu enfeito com lantejoulas
Esta minha tão triste fantasia...
Muito antes de um tempo
Em que o próprio tempo não existia,
Os meus medos me acompanhavam
E eles eram quase alegrias...
Tristeza em gotas bem contadas...
(Me esforçarei em disfarçá-la...)...
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Quando o doutor deu a má notícia - não me desesperei. Esperar más notícias pode frustrá-las. A previsão do espinho no dedo pode atenuar a malvada ferida. Poderia tentar fazer um drama como um ator de terceira, mas não quis. A minha aparente apatia deve tê-lo surpreendido. Talvez um tango para fundo musical pudesse servir. Não mais que isso. O tempo que tinha? Qualquer previsão beira à mediocridade e as estatísticas acabam mentindo para si mesmas. Não aos cálculos! Que ainda existam páginas em branco neste meu maltratado diário que de nada servirá um dia... O impossível gosta de fazer visitas. Nas madrugadas já existem filas. Ter medo da morte é mais do que o óbvio...
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Aquela música
Que eu não decorei letra
E muito menos melodia
Mas que me perseguia
Por todas as ruas que andava
Nascia dentro do peito
Subia à cabeça
O tempo todo
Todo o tempo possível
E até me ninava
Para que eu dormisse...
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Nada é tão difícil e tão fácil
ao mesmo tempo do que sonhar
Sentimos o incômodo ao ver
tantas nuvens e não poder ir
até elas como queremos...
O meu cantar se calou
tão de repente que nem vi...
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Teclo as teclas com costumeira lentidão
A pressa não faz mais parte da minha rotina
Tenho é pouco tempo e aproveitá-lo
Agora faz parte do meu pobre roteiro de ilusões
A minha única velocidade agora são os sonhos
Poderei tê-los à tempo dia desses?
Não sei... Mas mesmo assim sonhemos...
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Quando daqui um tempo
Uma mosca pousar em meu rosto
Não irei reclamar
Não irei tentar tirá-la de mim
Não irei espantá-la
O seu incômodo não será mais meu
Que venham todas elas
E tapem meu rosto logo de vez
Os mortos são pacientes
Nunca reclamam...
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