Eu não canto para os que tem esperança
Eu canto para todos que estão desesperados
Aqueles que desonestamente foram derrotados
Para o velho para o moço e para a criança
Eu não canto para aqueles que a vida deu tudo
Eu canto para aqueles que a vida não deu nada
Para o túmulo silencioso para a boca fechada
E ainda para o grito de liberdade agora mudo
Eu não canto para a fogueira acesa em alegria
Eu canto para as cinzas no chão tudo apagou
Para o menino que eu era e o velho que eu sou
E para tudo que foi embora sem adeus um dia
Eu não canto a beleza que há no rosto bonito
Eu canto a cabeça baixa com o rosto mais feio
A saudade de quem ficou e a de quem veio
A solidão de quem vive muito mais que aflito
Eu não canto para quem marcha em fileiras
Eu canto para aqueles que colhem flores no jardim
Canto para as saudades que existem dentro de mim
Para o menino mal educado e sem boas maneiras
Eu não canto para os que são os maiores da terra
Eu canto para os mais humildes os que só pedem
Canto ainda para todos os sonhos que se despedem
No meio da vida que é apenas interminável guerra
Que meu canto se espalhe em todos os lugares...
Meu irmão. Que Deus abençoe sua trajetória. Nesse mundo sem paz e sem Deus onde a arte desvanece sob a avalanche de dinheiro, em que a poesia e a ideologia se rendem diante da incapacidade do ser humano de sentir, gotas de poesia são um lenitivo para os corações doridos. Que o senhor da palha lhe abençoe sempre e que Eleggua te alimente imensamente os sonhos e as perspectivas da vida.
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