quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Minha Canção, Meu Canto

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Eu não canto para os que tem esperança
Eu canto para todos que estão desesperados
Aqueles que desonestamente foram derrotados
Para o velho para o moço e para a criança

Eu não canto para aqueles que a vida deu tudo

Eu canto para aqueles que a vida não deu nada
Para o túmulo silencioso para a boca fechada
E ainda para o grito de liberdade agora mudo

Eu não canto para a fogueira acesa em alegria

Eu canto para as cinzas no chão tudo apagou
Para o menino que eu era e o velho que eu sou
E para tudo que foi embora sem adeus um dia

Eu não canto a beleza que há no rosto bonito

Eu canto a cabeça baixa com o rosto mais feio
A saudade de quem ficou e a de quem veio
A solidão de quem vive muito mais que aflito

Eu não canto para quem marcha em fileiras

Eu canto para aqueles que colhem flores no jardim
Canto para as saudades que existem dentro de mim
Para o menino mal educado e sem boas maneiras

Eu não canto para os que são os maiores da terra

Eu canto para os mais humildes os que só pedem
Canto ainda para todos os sonhos que se despedem
No meio da vida que é apenas interminável guerra

Que meu canto se espalhe em todos os lugares...

Um comentário:

  1. Ifa Amwon Onikidenà Sola27 de outubro de 2014 às 03:55

    Meu irmão. Que Deus abençoe sua trajetória. Nesse mundo sem paz e sem Deus onde a arte desvanece sob a avalanche de dinheiro, em que a poesia e a ideologia se rendem diante da incapacidade do ser humano de sentir, gotas de poesia são um lenitivo para os corações doridos. Que o senhor da palha lhe abençoe sempre e que Eleggua te alimente imensamente os sonhos e as perspectivas da vida.

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