sábado, 18 de outubro de 2014

Bons Tempos, Alegria Não...

Bons tempos aqueles. Que nem querem voltar mais. Bons tempos de guerra. Bons tempos sem paz. Bons tempos de nada. Bons tempos querendo mais. 
E o menino pequeno de óculos pesados. Olhava pros lados. Olhava o fundo do poço. Era a vida má sem alvoroço. Era o tapa sem motivo. O motivo? Estar vivo. Estar ali. Estar aqui. Alegria não...
Bons tempos aqueles. Que nem querem voltar mais. Bons tempos negros. Bons tempos de Alcatraz. Bons tempos sem culpa. Bons tempos que me culpais. 
E o menino pequeno de olhos tortos. Guardava seus mortos. Olhava dentro da escuridão. Era a vida sem razão. Como matar tirando a respiração. O motivo? Estar vivo. Estar ali. Estar aqui. Alegria não...
Bons tempos aqueles. Que nem querem voltar mais. Bons tempos de miséria. De cara triste cara séria. De letras garrafais. Bons tempos de sem entender. Quando como e porquê. A fera vem atrás.
E o menino pequeno e franzino. O que era apenas menino. Não sabia decifrar enigmas. Lhe cresciam estigmas. O pesadelo pode ser bom. Qual a questão. Estar vivo. Estar ali. Estar aqui. Alegria não...
Bons tempos aqueles. Que nem querem voltar mais. Bons tempos de marte. Bons tempos à parte. Bons tempos sem colo. Bons tempos de solo. Bons tempos de aguarrás.
E o menino pequeno e feio. Não sabe donde veio. Chegou bem no meio. Era a vida brincando cruel. Era tudo longe do céu. Tudo tinha um véu. Tudo sem explicação. O motivo? Estar vivo. Estar ali. Estar aqui. Alegria não...

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