Eram filmes velhos que a tela velha exibia. Ou eram também desenhos velhos. E o menino ria e ria. Uma velha tela com caixa de madeira. Numa sala humilde e de qualquer maneira. A lâmpada quase que balançando. E de noite o menino desejando. Não dormir e não dormir. Porque o sono na verdade era ir. Direto para tristes pesadelos. Mas não bastavam seus apelos. E os olhos pesavam e pesavam. Até que finda a batalha fechavam. Mas quando noutro dia abriam. Depois de um tempo sorriam. Ela estava lá pesada e pronta. Mas o menino se apronta. Pois este era seu afã. Não dá pra ver de manhã. É preciso viver suas dores. Em grandes corredores. Espere voltar. Espere sentar. Espere o grande sofá. Espere imaginar como é a cor. Na ilusão morre a dor. A dor até acostumada. A dor já conhecida. A dor premeditada. Que se chama vida. A dor que às vezes nem tanto dói. Vem minha amada. Sou teu herói. Sou eu que trago. A varinha do mago. A mágica do dia. Numa velha caixa coberta de alegria. Eram filmes velhos que a tela única exibia. Ou eram desenhos antigos amigos. E o menino ria e ria. Um menino o qual pareço. Mas que há muito morreu. Um menino que ainda conheço. E esse menino sou eu. Um menino que me conhece. Um menino que foi um dia. Que rezava sua prece. Mas que ninguém atenderia. Um menino que simplesmente veio. E quem o levará de volta? Que veio ver o feio. E o mais não nota. E as vezes o fundo do poço. Que era uma tela também. Era um tempo moço. Que mesmo assim fez bem. Era uma tela. Era a novela. Era uma janela. Preto e branco e aquarela. A mais bela. Era aquela. Quem me dera. O tempo levou embora. E hoje a colorida. Tem menos vida. É assistida. Sem ilusão. Menos querida. Do meu coração. Não durmo mais cedo. Mas continua o medo. Continua o choro. E é normal. Sem bacurau. Mas com agouro. Era o mundo na velha tela.
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Velha Tela
Eram filmes velhos que a tela velha exibia. Ou eram também desenhos velhos. E o menino ria e ria. Uma velha tela com caixa de madeira. Numa sala humilde e de qualquer maneira. A lâmpada quase que balançando. E de noite o menino desejando. Não dormir e não dormir. Porque o sono na verdade era ir. Direto para tristes pesadelos. Mas não bastavam seus apelos. E os olhos pesavam e pesavam. Até que finda a batalha fechavam. Mas quando noutro dia abriam. Depois de um tempo sorriam. Ela estava lá pesada e pronta. Mas o menino se apronta. Pois este era seu afã. Não dá pra ver de manhã. É preciso viver suas dores. Em grandes corredores. Espere voltar. Espere sentar. Espere o grande sofá. Espere imaginar como é a cor. Na ilusão morre a dor. A dor até acostumada. A dor já conhecida. A dor premeditada. Que se chama vida. A dor que às vezes nem tanto dói. Vem minha amada. Sou teu herói. Sou eu que trago. A varinha do mago. A mágica do dia. Numa velha caixa coberta de alegria. Eram filmes velhos que a tela única exibia. Ou eram desenhos antigos amigos. E o menino ria e ria. Um menino o qual pareço. Mas que há muito morreu. Um menino que ainda conheço. E esse menino sou eu. Um menino que me conhece. Um menino que foi um dia. Que rezava sua prece. Mas que ninguém atenderia. Um menino que simplesmente veio. E quem o levará de volta? Que veio ver o feio. E o mais não nota. E as vezes o fundo do poço. Que era uma tela também. Era um tempo moço. Que mesmo assim fez bem. Era uma tela. Era a novela. Era uma janela. Preto e branco e aquarela. A mais bela. Era aquela. Quem me dera. O tempo levou embora. E hoje a colorida. Tem menos vida. É assistida. Sem ilusão. Menos querida. Do meu coração. Não durmo mais cedo. Mas continua o medo. Continua o choro. E é normal. Sem bacurau. Mas com agouro. Era o mundo na velha tela.
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