Nós achamos que conhecemos tudo. Mas estamos sendo monitorados vinte e quatro horas nos sete dias da semana. O teu pesadelo de viver te vigia. E a tela que te traz entretenimento é a mesma que te dá ordens. O teu banco regula a tua boca. E a miopia dos teus olhos já está cadastrada. O teu tesão é um ponto qualquer perdido nas estatísticas. E tudo se resume em agora. Continue pensando que você pensa. E que está fugindo mesmo estando no mesmo lugar. À favor ou contra não importa. O resultado é o mesmo. Platéia. Gladiadores. Feras. São trigêmeos criados por pais adotivos diferentes. Quem tem pena. Quem chora. Quem ri. São ângulos diversos de uma moeda de três lados. É um pique-tá feito sob o sol escaldante. Ninguém tem culpa. Porque exatamente todo mundo tem. Um novo boato começou e se perdeu do caminho de casa. Uma nova lenda amedronta e será vivida só pelo nosso vizinho. Uma nova droga foi inventada para encobrir as antigas que ainda funcionam muito bem. É a velha fantasia para um novo carnaval. Quantas bundas quiser colocaremos de fora. É o novo palavrão xingando a mãe. É a nova bala para a mesma arma. Tudo gera lucro. Até quando os lobos dormem para sempre. Tudo dá samba. Até quando se faz a canção sobre a canção sobre a canção. Os carretéis trazem secretos códigos. Para que a história seja eterna e ternamente recontada. Um lado do rio não conhece o outro. E as pontes sempre sofrem. Morte e vida são igualmente boas quando estão lá. E todos os sonhos são molhados. É uma grande feira que funciona sempre. É um labirinto com milhares de falsas saídas. Só a loucura nos liberta. Só ela concretiza sonhos. E nos incapacita de sermos maus. Todo raciocínio é tendencioso. Toda ação tem segunda intenção. E mesmo o amor participa de grandes farsas. Só a loucura vê com bons olhos. O medo faz parte da estratégia inimiga. Nós mesmos também somos nossos inimigos. E as leis da gramática se tornam físicas. Ontem e hoje e mil anos atrás são muito próximos. Viva sempre. Mesmo quando achar que não vale a pena. Mas vale...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
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Nós achamos que conhecemos tudo. Mas estamos sendo monitorados vinte e quatro horas nos sete dias da semana. O teu pesadelo de viver te vigia. E a tela que te traz entretenimento é a mesma que te dá ordens. O teu banco regula a tua boca. E a miopia dos teus olhos já está cadastrada. O teu tesão é um ponto qualquer perdido nas estatísticas. E tudo se resume em agora. Continue pensando que você pensa. E que está fugindo mesmo estando no mesmo lugar. À favor ou contra não importa. O resultado é o mesmo. Platéia. Gladiadores. Feras. São trigêmeos criados por pais adotivos diferentes. Quem tem pena. Quem chora. Quem ri. São ângulos diversos de uma moeda de três lados. É um pique-tá feito sob o sol escaldante. Ninguém tem culpa. Porque exatamente todo mundo tem. Um novo boato começou e se perdeu do caminho de casa. Uma nova lenda amedronta e será vivida só pelo nosso vizinho. Uma nova droga foi inventada para encobrir as antigas que ainda funcionam muito bem. É a velha fantasia para um novo carnaval. Quantas bundas quiser colocaremos de fora. É o novo palavrão xingando a mãe. É a nova bala para a mesma arma. Tudo gera lucro. Até quando os lobos dormem para sempre. Tudo dá samba. Até quando se faz a canção sobre a canção sobre a canção. Os carretéis trazem secretos códigos. Para que a história seja eterna e ternamente recontada. Um lado do rio não conhece o outro. E as pontes sempre sofrem. Morte e vida são igualmente boas quando estão lá. E todos os sonhos são molhados. É uma grande feira que funciona sempre. É um labirinto com milhares de falsas saídas. Só a loucura nos liberta. Só ela concretiza sonhos. E nos incapacita de sermos maus. Todo raciocínio é tendencioso. Toda ação tem segunda intenção. E mesmo o amor participa de grandes farsas. Só a loucura vê com bons olhos. O medo faz parte da estratégia inimiga. Nós mesmos também somos nossos inimigos. E as leis da gramática se tornam físicas. Ontem e hoje e mil anos atrás são muito próximos. Viva sempre. Mesmo quando achar que não vale a pena. Mas vale...
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