São trinta. São trinta vezes. São trinta vezes trinta vezes. São quaisquer números aleatórios. Na triste dança dos meses. São novas vagas nos sanatórios. São histórias que a vida a pronta. O precipício bem lá na ponta. E o pouco que resta. O pouco que presta. Nem conta. São os trocados no bolso. É aflição do abraço. É o poço no calabouço. E a sensação de cansaço. É apenas o esboço. O que faltou do espaço. A obrigação de ser moço. Ou se fadar ao fracasso. São quase toda semana. A comemoração da espera. O passeio em Copacabana. O bote de uma pantera. E a nossa alma proclama. A primazia dessa quimera. Eu quero e quero mais. Espero e espero em paz. As casas em tom lilás. E o que couber da vida. Sem olhar pra trás. E a palavra corrompida. Meu voto é pra Satanás. Honrados pais de família. Já construíram seu muro? Escondam filhos e filhos. Do nosso breve futuro. Que é uma estrela que brilha. Mas só brilha no escuro. A casa já caiu. O fruto já está maduro. É tudo que se partiu. Todo carinho que é obscuro. A puta que nos pariu. O pesadelo chega no seu fim. O pesadelo é o que se paga. Aquilo que vive em mim. Aquilo que não apaga. Mas nunca é o meu fim. O fim de cada saga. O fim de cada besteira. O fim de cada burrada. Cada um sem sua maneira. Cada um com seu mais nada. A desculpa sincera e louca. A desculpa esfarrapada. Presa dentro da boca. Uma história mal contada. São trinta vezes quantas viver. Algumas param por aí. Viver às vezes que nem morrer. Chegar é que nem partir. Estudar mas não aprender. E voltar várias vezes aqui. É olhar e não ver. Tropeçar e cair. Trinta. Ou um pouco menos. Ou um pouco mais. Um cálice e muitos venenos. Muitas ondas faltando cais. Lances bem pequenos. Em letras garrafais. E dias mais amenos. Dentro dos temporais. Cada esquina uma surpresa. Cada sina uma nova presa. Cada menina uma nova Teresa. É hora do chá das cinco. É hora da janta às seis. São regras com afinco. São marcas em cada rês. É a própria existência. É o fez e o não fez. É grata preferência. Pra cada um freguês. É o passe adiante. É a culpa lavada. É cada um passante. Que não olha a calçada. São os pés de veludo. É a missa rezada. Somos culpados por tudo. Somos culpados de nada. São trinta passos. São trinta dinheiros. São trinta amassos. Dentro de um banheiro. É a ilha da fantasia. É a fantasia de um espelho. É a alegria da putaria. É o riso de um bom conselho. É trinta! É trinta! Somente isto: Trinta!
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
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