Eu quero a gratuidade de pensamentos
Preocupa-me a volta dos mastodontes
Tumbas e tubas de marfim estão na moda
Fizeram fast-food nas velhas pirâmides
Toda reflexão agora dispensa seus reflexos
A fossa das Marianas agora está mais rasa
Velhos costumes são como cachimbos
Nossa inutilidade só depende do tempo
Tenho saudades de coisa alguma até ontem
Um gole d'água para afogar todo o oceano
Peixinhos-de-prata são vendidos em lata
Os cabelos dela mais que um real labirinto
Choveram pedras em nossos pobres telhados
Já fervemos a água para os chás rituais
Os bichos-da-seda só usam fibras sintéticas
Meu pitbull adora jogar xadrez às sete da noite
Cacau adora ser o imperador do cacau
Nunca mais serei chamado por meu nome
Nos dias de hoje eu pretendo ser o mais antigo
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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