Mimico só dormia em teias
Com camas feitas de cristal
Só são bonitas as que feias
Salgarete só come o que é sal
O monstro dorme com meias
No meio de antigo carnaval
Mula de Balaão masca chiclete
Temos pragas rogadas em ternura
O meu tesão era pela chacrete
O cavaleiro triste é sem figura
A morte agora trabalha em frete
E não come mais nem fritura
Faço a barba com capim navalha
Escovo os dentes com pó de carvão
O maior sucesso veio com a falha
Por ser apático é que tive emoção
Meu carro na avenida faz bandalha
É a minha calma que faz rebelião
Tem um umbral aqui dentro de nós
É só olhar melhor para poder ver
Até solitários nunca estamos sós
Somente quando não há de comer
São muitas poções e também pós
Que o feiticeiro não pode fazer
Mimico só dormia em teias
Com camas feitas de cristal
Só são bonitas as que feias
Salgarete só come o que é sal
O monstro dorme com meias
No meio de antigo carnaval...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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