quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 331

Posso fazer de minhas palavras alguns tiros. Não importa se acordarão alguns vizinhos ou não. Posso errar em algumas regras ou pontuações. Até certos erros podem se tornar como acertos. Posso acordar no horário errado, depois de ter dormido de mau-jeito, depois de ter sonhos absurdos ou alguns pesadelos. Cada dia é um arremedo de um outro que nem lembramos qual foi. Posso fazer de meu silêncio uma flecha que atingiu o alvo. Ou não...


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É uma grande brincadeira sem graça, mas é... Um desastre sem vítimas fatais, mas um desastre sim... É uma piada que não entendemos, mas acabamos rindo... Um novo carnaval que erramos a data e saiu no mês errado, mas mesmo assim teve folia... Senhoras e senhores, já nos conhecemos de algum lugar? Acho que foi em algum dia desses, já morto, em que a velhice ainda não tinha nos atingido em cheio...


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Sobrou o corpo

A alma foi embora...

O que será de mim agora?

Sobrou o desejo

E aquele beijo

Que demora...

O que será de mim agora?

Sobrou o carnaval

Que foi tão bom outrora...

O que será de mim agora?...


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Cedo demais...

Tarde demais...

Escolha sua sentença

Está pronto...

A vida é o imprevisto...

Bonita demais...

Feia demais...

Toda culpa é detalhe

Está pronto...

A morte sempre virá...


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Não quero lhe falar e nem falarei

Das coisas que esqueci ou não sei...

Não quero mais abrir minha boca

A própria saudade é uma coisa louca...

Não quero mais contar e nem contarei

Era tudo tão simples e eu era o rei...


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Aqui estou. Há quem não lembre mais de mim. Quem apagou todas as cenas de um instante para outro. Há muitas marcas que ficaram invisíveis e ainda estão lá. Nomes que foram ditos e agora não são mais. Sílabas caladas. Cadáveres insepultos. Modas passadas e deixadas de lado. A menina é agora a velha senhora. O menino é o ancião com problemas de idade. Esse é o nosso destino. Tudo está fadado. Há quem não lembre mais de mim. Mas aqui estou...


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Não esperem os ventos, eles virão, ou não... Não cabe à nós decidi-lo, somos apenas folhas que caíram nas correntezas... Não tentemos truques de mágica, eles só funcionam em filmes... No grande palco da vida, palmas ou vaias poderão acontecer, não fomos nós que escrevemos nosso roteiro... Não se desesperem ante as tempestades, todas elas passam... As nuvens mergulham enquanto podem, simples assim...

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