Não sou exceção, eu sou regra,
Mais um zumbi andando na rua,
Não poderia ser diferente
E assim nunca o será...
Não sou santo, talvez um mártir,
Inconformado pelo conformismo,
Não pedi para vir sofrer
E nem para ter fé em algo...
Até os anônimos possuem nome,
Quem cai na multidão não levantará,
O pasto das feras será servido
No horário que foi marcado...
Até as putas têm seus sonhos,
Os miseráveis possuem suas metas,
Um louco estava berrando na praça
Pensando que hoje era folia...
Não sou a comida, eu sou a fome,
A sede atroz na beira do rio,
A falta de ar com narinas abertas
E pulmões à pleno vapor...
Não sou sábio, talvez seja tolo,
Crio teorias como fosse moda,
Até as palavras são reguladas
Para nós, banais poetas...
Não sou apenas um, sou todos,
Na mesma humanidade tristonha,
Canibais de sua mesma espécie
Como sempre assim foram...
Todos nós, todos eles...
Somos todos iguais...
(Extraído do livro "Pane na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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