Migalhas para os pombos que serão devorados.
Uma oração rezada sem sentido existente...
Estrelas impossíveis desenhadas em um papel.
Mentiras que o tempo destrói sem piedade...
Tudo que sabíamos agora já então esquecemos.
Os primeiros pássaros agora cantam sozinhos...
Vamos mentir dizendo que existe felicidade.
Até as cores dos desenhos acabam sumindo...
Raramente alguém gosta de ter a tristeza.
Mas mesmo assim as dores continuam afligindo...
Os gestos sempre contradizem as máscaras.
A fila está parada sob o sol mais escaldante...
Pensar é fora de moda desde a primeira moeda.
O meu passado e o meu futuro não se combinam...
Os vidros da bolas de gude acabaram se cegando.
Eu sou um mestre de apenas mais coisa alguma...
Escrever para não ser lido é como fosse aborto.
Quero aprender a quebrar pedras com socos...
A beleza envelhecida só pensa em suicídio.
Vamos fazer um podcast sem palavra alguma...
A sereia quase morreu afogada num outro dia.
Eu sou um lobisomem que tem alergia de lua...
A dor e o prazer gostam de tomar café juntos.
Não há diferença alguma entre todos os opostos...
Apolo agora só tira fotografias em três por quatro.
Todas as complicações agora são mais simples...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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