domingo, 2 de fevereiro de 2025

Introdução Para Uma Sinfonia de Bêbados

Lâmina de barbear mais afiada

Do que a cruel guilhotina...

Vermes passeando sem lua cheia

A mais célebre cacofonia...

Palavras alugadas bem baratinho

Para brincar no playground...

Foram mangas ou foram rosas

O fruto proibido do Paraíso?


O mamulengo encontrado no lixo

Trouxe-nos as profecias...

Guardei pedaços de alguns sonhos

Para poder comer depois...

No meio do intervalo comercial

Nossa vida já foi rifada...

Foi aguardente ou foi perfume

O que se espalhou no ar?


Salão de festas totalmente abafado

Nós comemoramos nada...

O palpite para o bicho amanhã

É o número da cova dele...

Nunca mais seremos nós mesmos

Até a morte vir de uma vez...

Foi carne ou foi peixe

O nosso prato de cada dia?


Um, dois, um, dois, um, dois...

A cachaça primeiro, o porre depois...

Um, dois, um, dois, um, dois...

A paixão primeiro, a morte depois...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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