Lâmina de barbear mais afiada
Do que a cruel guilhotina...
Vermes passeando sem lua cheia
A mais célebre cacofonia...
Palavras alugadas bem baratinho
Para brincar no playground...
Foram mangas ou foram rosas
O fruto proibido do Paraíso?
O mamulengo encontrado no lixo
Trouxe-nos as profecias...
Guardei pedaços de alguns sonhos
Para poder comer depois...
No meio do intervalo comercial
Nossa vida já foi rifada...
Foi aguardente ou foi perfume
O que se espalhou no ar?
Salão de festas totalmente abafado
Nós comemoramos nada...
O palpite para o bicho amanhã
É o número da cova dele...
Nunca mais seremos nós mesmos
Até a morte vir de uma vez...
Foi carne ou foi peixe
O nosso prato de cada dia?
Um, dois, um, dois, um, dois...
A cachaça primeiro, o porre depois...
Um, dois, um, dois, um, dois...
A paixão primeiro, a morte depois...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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