sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 334

Era quase a mesma coisa...

Todo ritual é apenas um ritual

A nossa saudade nos esbofeteia

Algo que podia ter sido diferente

E acabou não sendo o que é

Depois não pensemos mais nisto

O tempo anestesia até espinhos

Sobram ossos secos e farrapos

Ricos e pobres já partiram

Era então a mesma coisa...


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A dor do parto

A dor do quarto

Estômago e coração em partidos opostos

Substantivos e adjetivos se digladiando 

A sonoridade das espadas e seus brilhos

Cada tostão usado para a loucura

Até as cores das paredes desmaiaram

A dor do quarto

A dor do parto...


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Um dia nada mais serei

Eu tentei ser e não consegui

Não fui flor brotando em quintal

Não fui vento chegando inavisado

Nem improviso de gesto terno

Nem grito acordando alguém

Um dia nada mais serei...


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Traga o vento pra mais perto

(Perdi o medo inda agorinha...)

Faça a novidade não ser mais

(Pra isso um segundo basta...)

Mostre a alma nas redes sociais

(Ainda temos alguma ou não?...)

O carro parou na contramão

(Se é que existe um ou outra...)...


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Um balde de gelo para vulcões

Atravesso o oceano andando se quiser

Gasto meu latim com todos os vilões

E tento desenhar o que não consegui

Diamantes para todos os corvos

Edgard Allan Poe dará milho aos pombos

E a temporada de caça aos patos acabou

Eu danço sob as areias escaldantes

Que nem um sorveteiro em Honolulu


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Eu errei de endereço...

Cheguei dançando e cantando no funeral

Ria de tanto chorar sem motivação

Fiz uns versos sem pretensão alguma

E deixei o tempo apagar nas paredes

Hum... Acabou faltando sal nesse doce

Pedi uma pizza agora para ontem

Inventei várias palavras para nada

E dei deslikes para eu mesmo sempre

Cheguei fantasiado de alguma coisa

Eu acertei o endereço...


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Aviso aos navegantes:

Vilões e heróis serão comidos pelo tempo

Malvados e bondosos beijarão a morte

O barraco e a mansão não tem donos fixos

A história se reescreve a cada dia

O vento leva embora pragas e bênçãos

Toda velhice um dia foi mocidade

A fama é um sorvete fora da geladeira

Nada é até que uma hora seja... 

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