Eu sou nada
Eu sou pequeno
Não vendi uma vírgula
E nem ganhei uma palma
Não tive musa
Pulei no abismo
Mas sonhar consegui
E sempre...
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Não posso medir meus sonhos. Não sei qual tamanho eles possuem. Se se transformarão em tormentos ou não. Assim como certas chuvas de verão virarão temporais. Não sei medir o perigo de certos venenos, alguns são mais doces do que podemos imaginar. Eis a inocência puxando o gatilho. Eis a solidão como nossa melhor companhia. Alguns pássaros andam e algumas feras acabam voando. Meu silêncio acaba gritando. Não posso medir meus sonhos...
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Onde estão os pássaros que aqui estavam?
Por que o calor acabou se tornando frio de repente?
Eu perdi o medo daquele brilho do frio metal?
Qual a maior guerra que vivi por todos estes dias?
No telhado podem crescer algumas margaridas?
Meus olhos podem doer mais que os meus pés?
A minha maior aflição é não poder ter você?
Por que ninguém se prepara para o próprio funeral?...
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Amordaçados - estamos todos
Robôs são os nossos algozes
Algemados - sem ter dúvida
O deus da IA nos abençoe
Sem o que comer - como sempre
A fome é a nova moda da estação...
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Apenas um disfarce para a madrugada
Um pedido de perdão e a cara deslavada
Um silêncio para o perigo e mais nada...
As putas que vão cobrando o seu preço
Todos aqueles que a calçada é endereço
E aqueles que o lixo é mais um adereço...
Tudo cabe dentro do medo da escuridão...
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Um poema como réquiem
Uma frase como epitáfio
Nada mais...
Toda vida por mais longa que seja
Muito deixou à desejar...
Nem todos os amores
Aqui vieram para se amar...
Nem todos os sonhos
Puderam pelo ar flutuar...
Nem todos os barcos que partiram
Um dia poderão voltar...
Até os réquiens se acabam
E todos os epitáfios se apagam...
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Um café mais de um...
Um cigarro mais de um...
Um gesto mais que simples...
Poesia feito semente...
Um suspiro mais de um...
Um gemido mais de um...
Um silêncio mais que um...
Palavras mortas pelos tolos...
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